Volkswagen: as notícias de mais problemas vieram em má hora, quando a companhia tenta recuperar sua imagem com os consumidores (Odd Andersen/AFP)
AFP
Publicado em 29 de agosto de 2017 às 17h33.
Última atualização em 29 de agosto de 2017 às 17h35.
O braço americano da fabricante alemã Volkswagen anunciou, nesta terça-feira, o "recall" de 281 mil veículos para corrigir um defeito na bomba de combustível - um novo golpe à já abalada imagem da empresa.
Apesar de o número ser bem menor que os 11 milhões de carros convocados para correção por causa do "dieselgate" - esquema de manipulação de emissões de gases poluentes, que incluiu 600 mil veículos nos Estados Unidos - as notícias de mais problemas vieram em má hora, quando a companhia tenta recuperar sua imagem com os consumidores.
A empresa informou autoridades reguladoras americanas que vai fazer o "recall" de sedãs de luxo CC 2009-2016, do Passat e do Passat Wagons 2006-2010, por causa de problemas na bomba de combustível.
"A interrupção de energia elétrica para o módulo de controle da bomba de combustível pode levar a bomba a falhas. Se ela falhar, o motor vai parar, aumentando o risco de acidentes", disse a empresa em uma carta da Administração Nacional de Segurança no Tráfego Rodoviário (NHTSA).
Um porta-voz da Volkswagen disse à AFP que "não houve feridos ou acidentes de nosso conhecimento" em decorrência das engrenagens defeituosas. A empresa não tem uma estimativa do custo necessário para a reposição.
A companhia afirmou que não vai cobrar para fazer a substituição. Contudo, as novas peças - de um fornecedor diferente das originais - estão "atualmente indisponíveis".
A fabricante parece ter descoberto o defeito após uma investigação de autoridades chinesas iniciadas em 2016 ter levado a um "recall" no país asiático no começo desse mês.
A Volkswagen ainda está se recuperando após ter admitido, em 2015, que equipou seus veículos a diesel com um software para trapacear os testes de emissões de poluentes.
Os veículos eram vendidos como "limpos", mas, na verdade, emitiam até 30 vezes mais óxido de nitrogênio que o permitido no ambiente, durante uma condução normal.
A empresa confessou sua culpa no "dieselgate" em março e concordou em pagar 4,3 bilhões de dólares em penalidades - além de acordos civis de 17,5 bilhões.
A Volkswagen ainda enfrenta uma série de desafios legais na Alemanha e ao redor do mundo e já gastou cerca de 24,4 bilhões de dólares para cobrir os gastos com o "dieselgate".