Sede da Volkswagen, na cidade alemã de Wolfsburg (Odd Andersen/AFP)
Da Redação
Publicado em 20 de dezembro de 2015 às 14h50.
Berlim - A Volkswagen está considerando implementar um rodízio obrigatório entre seus principais executivos dos grupos de desenvolvimento de motores nas principais marcas da empresa. Este é mais um indicativo de que a companhia está ciente de que uma "cultura de tolerância" à quebra de regras está no centro da crise após o escândalo de fraudes em emissões que assola a companhia desde setembro.
A movimentação de diretores e desenvolvedores de software em diferentes posições após certo período de tempo pode prevenir estruturas que bloqueiam mudanças ou que escondam erros, afirmou Hans Dieter Pötsch, presidente da empresa, em entrevista à revista alemã Welt am Sonntag, publicada neste domingo.
"Estamos planejando um rodízio para algumas funções. Os funcionários certamente irão passar apenas um período limitado em cada posição antes de mudarem para outro posto", disse ele.
A Volkswagen está passando por uma grande reestruturação de sua diretoria, após uma crise que levou à perda de bilhões de euros em valor de mercado e possíveis multas e compensações a acionistas e consumidores nos Estados Unidos e na Europa. A empresa também está sujeita a investigações criminais e alguns executivos podem enfrentar acusações criminais.
Neste ano, a companhia admitiu uma fraude que pode ter envolvido até 11 milhões de veículos a diesel, que tiveram instalados um software que fraudava testes de emissão de poluentes. A Volkswagen afirma que suas investigações internas têm como foco o grupo de engenharia, no qual acredita-se que eram instalados os dispositivos.
Em entrevista concedida no dia 10 de dezembro, Pötsch afirmou que a crise de emissões de poluentes começou com a expansão da montadora no segmento de carros a diesel nos EUA em 2005 e foi causada por uma "cadeia de erros" e pela "cultura de tolerância" à quebra de regras que permitiu que a fraude prosseguisse por uma década. Fonte: Dow Jones Newswires.