Negócios

Volkswagen busca sucessor para supercarro

Restam menos de 20 exemplares do Veyron na unidade da VW

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de outubro de 2014 às 14h50.

Frankfurt - A Volkswagen AG quer ter certeza de que este ano não será a última chance de se ter um Bugatti novo.

Restam menos de 20 exemplares do Veyron na unidade da VW, uma linha de produção limitada de 450 carros Bugatti com preços a partir de 1,46 milhão de euros (US$ 1,85 milhão).

Agora a VW está testando pelo menos três conceitos diferentes para escolher um sucessor, segundo duas fontes familiarizadas com os planos da fabricante de veículos com sede em Wolfsburg, Alemanha, que pediram para não serem identificadas antes do anúncio oficial.

A VW está injetando dinheiro em sua marca mais exclusiva ao mesmo tempo em que planeja cortes em suas marcas mais terrestres. A Veyron estabeleceu recordes no setor não apenas pela velocidade, mas também pela perda de dinheiro, segundo estimativas de Max Warburton, analista da Sanford Bernstein Ltd. em Cingapura.

Devido ao custo para desenvolver o modelo Veyron, lançado em 2005, a VW poderá perder 4,6 milhões de euros por veículo ao longo de seu ciclo de vida, disse Warburton.

“Eu ainda não consigo entender a lógica de investir tanto tempo e esforço em um produto com a marca Bugatti”, disse ele, por e-mail. “Eu entendo totalmente a questão de construir o carro mais rápido do mundo: isso força as fronteiras da engenharia, motiva a companhia e pode ser um impulsor da imagem.

Mas a parte de impulso à imagem é perdida quando o carro carrega uma marca que 95 por cento das pessoas não sabem que faz parte da VW”.

O novo Bugatti disputará os clientes mais ricos do mundo com concorrentes como a Pagani Automobili SpA, da Itália, os carros de rua da McLaren Automotive Ltd. e o Hennessey Venom GT, de fabricação americana. A VW exibirá uma edição especial do Veyron no Salão do Automóvel de Paris, que começa nesta semana.

Motor mais forte

A nova geração será mais leve e, se os testes forem bem-sucedidos, poderá apresentar um motor até 25 por cento mais forte que o de 1.200 cavalos da versão mais poderosa do modelo atual, segundo fontes informadas sobre os planos. Pelo menos um dos conceitos da VW tem um motor elétrico para aumentar a força e reduzir as emissões, disseram as fontes.

Manuela Hoehne, porta-voz da Bugatti, disse que a empresa dará uma perspectiva sobre um novo modelo no ano que vem. Ela preferiu não comentar em detalhes os planos do conceito. O chefe de design da VW, Walter de Silva, disse ao TopGear da BBC que o novo modelo seria lançado no final do ano que vem ou no início de 2016 e que será uma “arte”.

As marcas de alto padrão da VW, incluindo a Audi e a Porsche, contribuíram com dois terços do lucro operacional do grupo no primeiro semestre, de 6,19 bilhões de euros. Essa é uma razão pela qual a empresa mantém o investimento na Bugatti: o carro ultraluxuoso mostra a pessoas que poderiam querer comprar carros de suas outras marcas de luxo o que a VW é capaz de fazer.

Fórmula 1

Os lucros da Volkswagen, da Audi e da Porsche subsidiam a Bugatti, que foi adquirida em 1998 juntamente com as marcas Lamborghini e Bentley, durante o mandato do então CEO e atual presidente do conselho Ferdinand Piech.

A VW não divulga detalhes financeiros da Bugatti e os executivos disseram que os custos são moderados em comparação com o que seus pares investem em projetos de prestígio como a Fórmula 1.

“A clientela do Bentley e do Bugatti são notavelmente diferentes”, disse Wolfgang Duerheimer, que voltou ao seu posto de CEO da Bentley e presidente da Bugatti em junho após dois anos, a repórteres em julho. “O cliente da Bentley possui em média oito carros. O cliente médio da Bugatti tem cerca de 84 carros, 3 jatos e um iate”.

Acompanhe tudo sobre:AutoindústriaCarrosEmpresasEmpresas alemãsMontadorasVeículosVolkswagen

Mais de Negócios

21 franquias baratas que custam menos que um carro popular usado

Startup quer trazer internet mais rápida e barata para empresas

"Tinder do aço": conheça a startup que deve faturar R$ 7 milhões com digitalização do setor

Sears: o que aconteceu com a gigante rede de lojas americana famosa no Brasil nos anos 1980