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Volkswagen aposta em carro elétrico para superar escândalo

A montadora quer se concentrar nos "segmentos mais atrativos e de crescimento mais rápido do mercado"


	Volkswagen: "nos próximos dez anos, lançará mais de 30 tipos de veículos impulsionados exclusivamente por baterias elétricas"
 (Fabian Bimmer / Reuters)

Volkswagen: "nos próximos dez anos, lançará mais de 30 tipos de veículos impulsionados exclusivamente por baterias elétricas" (Fabian Bimmer / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 16 de junho de 2016 às 15h40.

A Volkswagen (VW) anunciou que lançará mais de 30 modelos de carros elétricos nos próximos 10 anos, em uma tentativa de posicionar a montadora como líder dos transportes ecológicos depois do escândalo de automóveis a diesel com um software que manipulava os controles de emissões.

A multinacional pretende "transformar sua atividade principal no setor automobilístico ou, para dizer de outro modo, fazer um realinhamento fundamental para se preparar a uma nova era de mobilidade", afirmou o CEO da empresa, Matthias Müller, ao apresentar a nova estratégia do grupo.

A montadora quer se concentrar nos "segmentos mais atrativos e de crescimento mais rápido do mercado", completou o executivo.

"Daremos ênfase especial à mobilidade elétrica. O grupo prepara uma iniciativa muito ampla nessa área: nos próximos dez anos, lançará mais de 30 tipos de veículos impulsionados exclusivamente por baterias elétricas", anunciou.

A VW, que até agora nunca se destacou no setor de veículos elétricos, estima agora que em 2015 eles poderão representar "de 20% a 25% de suas vendas mundiais de carros de passageiros".

Serão fabricados neste período "de dois a três milhões" de unidades, informou o grupo.

A companhia admitiu no ano passado ter instalado em 11 milhões de veículos a diesel um software que mostrava as emissões de poluentes dentro dos limites impostos pela legislação, quando na realidade contaminavam muito mais.

O grupo já separou 16,2 bilhões de euros (18,2 bilhões de dólares) para enfrentar as consequências do escândalo, mas especialistas estimam que será preciso muito mais para pagar indenizações, multas e custos judiciais.

Serviços de mobilidade

O grupo VW, que tem doze marcas - entre elas Volkswagen, Audi, Porsche e Seat - abandonou o sonho de tomar da Toyota a posição de maior fabricante mundial de automóveis.

"A dimensão não é um objetivo em si mesmo", disse Müller, diferenciando-se de seu antecessor Martin Winterkorn.

O plano "Estratégia 2025" também prevê a criação de uma divisão capaz de atender "as necessidades de mobilidade dos clientes".

O grupo já havia dado um passo nessa direção, com o recente investimento de 300 milhões de dólares na empresa israelense Gett da Uber.

O setor dos serviços de mobilidade representa um mercado "de 35 bilhões de euros, e queremos aproveitá-lo", declarou Müller.

A mudança exige um corte de gastos, a fim de facilitar a gestão colosso automobilístico.

O grupo prevê uma melhora de sua rentabilidade, com uma margem operacional que será de 7% a 8%, em comparação aos 6% em 2015. Segundo analistas, isso implica obter 8 bilhões de euros anuais suplementares em benefícios ou cortes.

Para conseguir isso, Müller mencionou alguns projetos, como o compartilhamento das 26 fábricas de peças das doze marcas, que segundo os analistas são pouco rentáveis e têm gastos excessivos com funcionários.

Esse setor emprega atualmente 67.000 pessoas, das 570.000 que integram o quadro da VW.

A VW agrupará suas diferentes marcas de ônibus e caminhões (MAN, Scania e Volkswagen Utilitários) em uma só sigla, "Volkswagen Truck & Bus", na intenção de se tornar o número um do mundo no setor, atualmente ocupado pela rival alemã Daimler.

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