Amarok: o serviço, que levará 30 minutos, será feito a partir de quarta-feira num total de 17 mil picapes - modelo 2011 e parte da linha 2012 (foto/Divulgação)
Estadão Conteúdo
Publicado em 27 de abril de 2017 às 20h41.
São Paulo - Praticamente um ano e meio após a descoberta do escândalo nos Estados Unidos, a Volkswagen anunciou nesta quinta-feira, 27, no Brasil um recall para corrigir picapes do modelo Amarok equipadas com um dispositivo capaz de burlar controles de emissões de poluentes.
A montadora está convocando os proprietários da picape a agendar, em uma de suas concessionárias, a "substituição" gratuita do software presente na central de comando do motor que foi programado para reconhecer procedimentos de laboratórios e reduzir a poluição do veículo durante testes de emissões.
O serviço, que levará 30 minutos, será feito a partir de quarta-feira num total de 17 mil picapes - modelo 2011 e parte da linha 2012 - importadas da fábrica do grupo na Argentina.
No comunicado do recall, a montadora reafirma, porém, que o equipamento não altera os níveis de emissões das picapes comercializadas no mercado brasileiro.
O Ibama, responsável por fiscalizar se os carros vendidos no País seguem as normas de emissões, rebate a versão e cobra da fabricante uma multa de R$ 50 milhões - contra a qual a multinacional alemã apresentou no último dia 11 o segundo e último recurso possível no processo administrativo.
Uma investigação conduzida pelo órgão de proteção ambiental concluiu que a Volkswagen acionou o software para contornar a fiscalização brasileira.
Segundo o Ibama, novas medições mostraram que, quando estão em circulação nas ruas, as picapes equipadas com o dispositivo emitem 10% mais óxidos de nitrogênio do que o permitido.
A violação da legislação ambiental só não foi detectada nos testes feitos durante o processo de homologação do modelo porque, conforme o Ibama, o acionamento do dispositivo permitiu reduzir as emissões do contaminante atmosférico
Os veículos envolvidos no recall foram montados entre 3 de dezembro de 2009 e 11 de novembro de 2011, com o mesmo motor a diesel produzido na Alemanha que foi alvo da investigação americana - no escândalo que ficou conhecido como "Dieselgate".