São Bernardo do Campo - A Volkswagen reservou parte dos 23 lançamentos previstos para este ano, entre novos modelos e versões, para atrair o público jovem. “O Brasil ainda tem uma grande parte de consumidores muito jovens e temos que aproveitar isso. É o que vai estimular o nosso crescimento”, disse a EXAME.com Thomas Schmall, presidente da Volks do Brasil.

Para atrair esses clientes, a Volks preparou um pacote opcional, batizado de I-Trend, que associa itens visuais e tecnológicos, como volante multifuncional, com conexão de Bluetooth, e rádio com interface para iPod e iPhone.

Além disso, a montadora terá duas versões do Fox, carro que já foi desenvolvido para buscar uma parcela mais jovem, e é o terceiro modelo mais vendido do país no acumulado do ano. Os modelos serão batizados de BlackFox e SilverFox, com design mais arrojado do que a versão original. Os preços ainda não foram divulgados.

Sem medo

Sobre a chegada dos chineses, que pretendem morder uma fatia do mercado, o executivo afirma que a vantagem da Volkswagen é a variedade. “As montadoras chinesas apostam em pouquíssimos modelos, por isso não estamos tão preocupados com a chegada delas”, diz. "Meu chefe quer saber do lucro. E participação de mercado não paga as contas."

O possível aumento de 10% do preço do aço fornecido às montadoras também não parece preocupar Schmall. "Negociamos contratos com alguns descontos, o que faz nossa situação ficar mais confortável, caso haja um aumento." Segundo ele, 50% do valor da fabricação de um carro vem do aço. No ano passado, a Volkswagen importou 30% dessa matéria-prima.

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Carro popular

A Volks também quer reforçar sua posição no segmento de carros populares. “Queremos continuar a desenvolver carros na faixa do Uno Mille”, diz Schmall. O modelo da Fiat, aliás, é constante dor de cabeça para o Gol da montadora alemã, que mantém a liderança como o carro mais vendido do país entre janeiro e março deste ano. “Essa faixa de preço corresponde a 7% do mercado total e deve dobrar”, diz.

As vendas globais da Volkswagen somaram 7,2 milhões de unidades em 2010 – 697.000 só no Brasil, o que corresponde a 15% do grupo, tornando o país o segundo mercado da montadora, perdendo apenas para a China. "Poderíamos representar até 18%, mas a China cresceu mais", diz Schmall.

O grupo destinou 6,2 bilhões de reais em investimentos no Brasil para o período 2010-2014 – metade do valor ficará na fábrica de São Bernardo do Campo, a maior do grupo, em São Paulo, que produziu 826.000 unidades no ano passado.

Nos primeiros três meses do ano, a Volkswagen vendeu 125.370 unidades de carros leves, um salto de 15,4% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Os comerciais leves tiveram desempenho melhor, com aumento de 42%, totalizando 23.066 unidades vendidas, impulsionadas pela nova Saveiro.