Volkswagen: este é o segundo modelo que a Volkswagen lança desenvolvido no Brasil e desenhado para os consumidores da América Latina
Da Redação
Publicado em 16 de novembro de 2017 às 19h43.
Última atualização em 16 de novembro de 2017 às 20h18.
A montadora alemã Volkswagen lançou nesta quinta-feira no Brasil seu primeiro carro com funcionalidades inteligentes, baseadas em inteligência artificial, o sedã Virtus.
Junto com China e Estados Unidos, o Brasil é um dos países escolhidos para a primeira leva de veículos inteligentes da empresa.
A produção será nacional e a comercialização está prevista para começar entre janeiro e fevereiro do ano que vem.
O preço de venda ainda não está fechado, mas deve partir de 60 000 reais, a média do Novo Polo.
Uma parceria com a IBM, o Virtus virá com sistemas inteligentes baseados na tecnologia cognitiva Watson. Eles vão funcionar como um assistente do motorista, ajudando-o a resolver problemas técnicos do carro, a agendar a próxima revisão na concessionária e até pedir a comida, numa fase mais avançada do projeto.
“Estamos procurando parceiros para oferecer aos clientes um ecossistema digital completo”, diz Fábio Rabelo, gerente-executivo de digitalização da Volks.
Este é o segundo modelo que a Volkswagen lança desenvolvido no Brasil e desenhado para os consumidores da América Latina, uma estratégia que faz parte de seu projeto de regionalização dos produtos.
A estratégia de desenhar e produzir mais modelos com um time de engenheiros e designers latinos, em especial brasileiros, é uma tentativa de recuperar mercado na região.
“Queremos até 2020 reconquistar a liderança no Brasil, aumentar a participação aqui para 17% (ante menos de 10% atualmente), manter as vendas na Argentina e vender mais em mercados onde ainda somos pequenos, como Peru e Colômbia”, diz o argentino Pablo Di Si, novo presidente da Volkswagen na América do Sul e no Brasil.
A própria chegada de Si, que assumiu a posição em 1º de outubro depois de comandar a Volks Argentina, é um reflexo das mudanças pelas quais a montadora está passando. Seu antecessor, o sul-africano David Powels, assumiu a vice-presidência da montadora na China.
A Volkswagen estava sendo muito criticada por manter a liderança da região nas mãos de estrangeiros, enquanto outras montadoras já tinham latinos há mais tempo em seu alto escalão da América do Sul e Caribe.
Desde meados do ano passado a Volkswagen passou a adotar uma estratégia mais regional também para seus lançamentos.
A criação do Virtus e, anteriormente a do Novo Polo, lançado em setembro, são frutos desse novo direcionamento. Ambos foram desenvolvidos por engenheiros e designers latinos e produzidos aqui.
“Daqui em diante as decisões serão descentralizadas, o Brasil, assim como outros países, terá independência para pensar em produtos para seu público e contar com o suporte da matriz”, diz Jürgen Stackmann, vice-presidente mundial de Vendas e Marketing da Volkswagen.
A fabricação do Virtus será concentrada na fábrica de São Bernardo do Campo, São Paulo, onde o Novo Polo e a Saveiro já são feitos.
A empresa deve voltar com o terceiro turno da unidade até o fim do ano para fazer frente à demanda. Boa parte da produção deve ser exportada para os 28 países da América Latina e Caribe.
A expectativa da Volkswagen é, até 2020, alcançar o patamar de 800.000 unidades produzidas por ano no Brasil, considerando todos os modelos.
Este ano, a Volks vendeu 176.000 veículos de janeiro a outubro. É 16% a mais do que o ano passado, mas ainda muito longe de anos como 2012, quanto a Volks vendeu 768.000 automóveis e comerciais leves no país.
A aposta na retomada da economia brasileira é ousada: até 2020 a montadora alemã planeja investir 7 bilhões de reais na operação local, sendo 2,6 bilhões apenas na fábrica de São Bernardo. A previsão é lançar 20 novos modelos nos próximos dois anos (no mundo, a montadora está com 54 projetos em andamento).
Apesar de as vendas de automóveis terem dado sinais de melhora – só em outubro, subiram 27,6%, segundo a associação do setor, Anfavea – a indústria ainda amarga uma ociosidade alta, perto de 45% (há dois anos chegou a 55%). O caminho ainda é longo.