Vinod Khosla, durante a Brazil at Silicon Valley 2023: "Você não pode estar confortável com seu salário e dizer que é empreendedor" (Maria Clara Dias/Exame)
Repórter de Negócios e PME
Publicado em 25 de abril de 2023 às 15h33.
Última atualização em 25 de abril de 2023 às 15h42.
O intraempreendedorismo, que consiste na criação de inovações ou novos negócios dentro de uma grande empresa, não é algo estimado por Vinod Khosla. Pelo contrário. O conceito causa calafrios no empreendedor serial e investidor. "Em 40 anos neste mercado, não conheci um negócio sequer que chegou ao sucesso máximo tendo sido criado dentro de uma empresa", disse.
O americano-indiano é criador do fundo de venture capital Khosla Ventures, dedicado a empresas de software e tecnologias ligadas ao setor energético e, antes de abrir sua própria gestora, também fundou a Sum Microsystems. Khosla discursou durante o segundo dia do Brazil at Silicon Valley (BSV), evento de inovação que acontece nesta semana em Santa Clara, Califórnia. A palestra foi moderada por Julio Vasconcellos, sócio da Atlantico.
Para Khosla, o racional por trás da total aversão à criação de novos negócios dentro de empresas já consolidadas está na incapacidade dessas corporações em inovar. Nesse cenário, o avanço de um negócio promissor depende da ousadia de seus fundadores em abandonar a zona de conforto. "O mais comum é apostar na grande ideia e em lideranças ousadas. Alguém que deixaria uma Volkswagen para criar uma Tesla, ou alguém que deixaria uma Target para criar uma Amazon", disse. “A não ser que você tome riscos audaciosos, você também não terá sucesso na mesma proporção”.
"Você não é empreendedor até assinar um contracheque. Continuar sentado em uma companhia grande e estar confortável com seu salário e dizer que é um empreendedor? Isso não existe".
Em relação às características inerentes a empreendedores, Khosla destaca, além da ousadia e inconformidade com o dia a dia como profissional assalariado, a disposição ao risco e a paixão pelo propósito do negócio.
“O empreendedor é aquela pessoa apaixonada pelo que está criando, quase como uma paixão religiosa. Você não desiste da religião porque algo ruim acontece. Você persiste mesmo assim”, diz.
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