Leonardo Byrro, da Viveo: estratégia de atender diretamente o consumidor final (Divulgação/Divulgação)
Leo Branco
Publicado em 6 de fevereiro de 2023 às 08h54.
Última atualização em 6 de fevereiro de 2023 às 09h36.
Holding de negócios de fabricação e distribuição de materiais para a área da saúde, a Viveo (VVEO3) anuncia nesta segunda-feira, 6, a aquisição de 100% da Far.me, healthtech em que já mantinha uma participação de 35% desde 2020. O valor da aquisição não foi divulgado.
A Far.me é pioneira no Brasil a distribuir medicamentos pelo modelo de assinatura, um modelo seguido pela americana PillPack, startup adquirida pela Amazon por 753 milhões de dólares em junho de 2018.
Pelo modelo de negócio da Far.me, pacientes de doenças crônicas como diabetes ou hipertensão recebem em casa os remédios já na quantidade adequada para seus tratamentos.
Para além de evitar idas e vindas a farmácias, a promessa da Far.me é a de minimizar o risco de tomar a dose errada — o remédio vai para o cliente na quantidade exata indicada pelo médico.
Ou, ainda, de acumular um montão de medicamentos fora do prazo de validade na farmacinha de casa.
De acordo com dados da própria Far.me, três em dez clientes tomavam remédios de maneira inadequada antes de optarem pelo modelo de assinatura.
A empresa foi fundada há cinco anos em Belo Horizonte por três farmacêuticas — Samilla Dornellas, Luciana Farnese e Marina Dias —, a partir da experiência delas com a administração de remédios a pacientes de numa casa de repouso para terceira idade.
Com a aquisição do controle pela Viveo, as três continuarão com funções executivas. O executivo Rafael Mandelbaum, ex-Loggi, Quinto Andar e Groupon, assumirá como CEO.
Atualmente, a Far.me opera em Belo Horizonte e em São Paulo para uma base de 3.000 pacientes recorrentes.
Em 2023, a meta é dobrar a base de clientes e, em paralelo, expandir a atuação pelo interior paulista. A atuação nacional está entre os objetivos para 2024.
Para a Viveo, a aquisição da Far.me reforça a estratégia de atender diretamente o consumidor final.
"Entendemos que o ecossistema de saúde no Brasil é fragmentado", diz Leonardo Byrro, CEO da Viveo.
"A Viveo tem a missão de simplificar o mercado com soluções agéis, confiáveis e inovadoras, a Far.me é mais um passo neste mesmo caminho."
A visão de Byrro com a Far.me é, num futuro próximo, fortalecer o cross-sell entre as marcas da Viveo.
No radar estão parcerias com hospitais que já clientes da Viveo para mapear pacientes crônicos e apresentar a eles os serviços da assinatura de medicamentos depois da alta hospitalar.
No longo prazo, o canal construído pela Far.me poderá servir de distribuição dos produtos da Viveo, diz Byrro.
Controlada pela DNA Capital, a Viveo é dona de 20 empresas com alguma atuação no mercado de insumos hospitalares:
Dessas, seis vieram de aquisições ao longo de 2022:
A onda de aquisições vem num momento de expansão acelerada das receitas na Viveo.
No terceiro trimestre de 2022, a holding teve receita líquida de 2,3 bilhões de reais, alta de 57,5% sobre o mesmo período de 2021.
O lucro bruto ajustado foi de 370,4 milhões de reais, alta de 72,9% na comparação com o terceiro trimestre de 2021, com margem de 16,3%.
O crescimento orgânico do lucro bruto no trimestre foi de 19,7%.