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Viva as altas do dólar e do minério: o espetacular 2018 da Vale

Mineradora se beneficia da alta das cotações e de uma crescente demanda chinesa por minério de melhor qualidade, que atenda regras ambientais mais rigorosas

Imagem de arquivo: o esperado aumento nos ganhos é resultado da estratégia adotada pela Vale desde o início de 2018 (Germano Lüders/Exame)

Imagem de arquivo: o esperado aumento nos ganhos é resultado da estratégia adotada pela Vale desde o início de 2018 (Germano Lüders/Exame)

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Da Redação

Publicado em 24 de outubro de 2018 às 06h01.

Última atualização em 24 de outubro de 2018 às 06h36.

A mineradora Vale vem surfando numa maré muito favorável neste ano com a elevação do dólar ante o real e o aumento do preço do minério de ferro. A divulgação do seu balanço referente ao terceiro trimestre do ano, após o fechamento do mercado hoje, deve confirmar a tendência positiva.

O EBITDA (ganhos antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da maior produtora de minério de ferro do mundo deve ter subido 0,8% de julho a setembro deste ano contra o mesmo intervalo de 2017, para 4,23 bilhões de dólares, e as receitas devem ter avançado 4,1%, para 9,4 bilhões de dólares, segundo projeções da corretora XP. Nesse intervalo, a moeda americana ganhou 4,5%, atingindo 4,05 reais, e o minério subiu 5,5%, para 68 dólares a tonelada.

O esperado aumento nos ganhos é resultado da estratégia adotada pela Vale desde o início de 2018 de acelerar a extração de minério com maior teor de ferro, vindo das suas minas em Carajás, no estado do Pará. Dessa maneira, a companhia conseguiu escapar da queda dos preços do minério de qualidade inferior. As siderúrgicas da China, principal destino do minério exportado pela Vale, têm aumentado as compras do material de melhor qualidade pela sua eficiência e menor emissão de poluentes. O governo chinês recentemente apertou a legislação ambiental no país e tem intensificado as inspeções das usinas.

“A demanda das siderúrgicas chineses pelo minério de maior qualidade deve continuar em alta no próximo ano”, Luiz Francisco Caetano, analista da corretora Planner, escreveu em relatório a clientes. Para garantir o abastecimento aos clientes, a Vale tem aumentado a sua produção de minério de ferro. No terceiro trimestre do ano, expandiu em 8,5% a extração do material, para 105 milhões de toneladas. Já a produção de outros produtos (carvão, níquel e cobre) foi reduzida por conta da queda dos preços.

Diante desse cenário otimista, o banco BTG Pactual tem recomendado aos investidores comprar a ação da mineradora. Neste ano, o papel da Vale já ganhou 42,4%, terminando o dia, ontem, cotado a 56,75 reais na B3. Ainda assim, o banco de investimentos vê espaço para que a ação avance até o nível de 75 reais nos próximos meses. “A Vale está cerca de 20% mais barata na bolsa do que suas concorrentes Rio Tinto e BHP Billiton, mas tem o melhor portfólio de produto em termos de qualidade e paga dividendos em torno de 10%”, Leonardo Correa e Gerard Roure, analistas do BTG, escreveram em relatório a clientes para justificar a recomendação.

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