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Viúva de Amador Aguiar vence ação por herança

Disputa durava quase 20 anos pela herança do fundador do Bradesco,

Amador Aguiar, fundador do Bradesco, em foto de 1984 (Orlando Brito/VEJA)

Amador Aguiar, fundador do Bradesco, em foto de 1984 (Orlando Brito/VEJA)

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Da Redação

Publicado em 24 de novembro de 2010 às 09h03.

São Paulo - A disputa que já dura quase 20 anos pela herança de Amador Aguiar, fundador do Bradesco, teve ontem uma decisão favorável à viúva do ex-banqueiro, Cleide Campaner Aguiar. Por unanimidade, a 3.ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) julgou válido o testamento que deixava seus bens pessoais para a segunda mulher, 39 anos mais jovem.

A fortuna disputada por herdeiros do primeiro casamento, na época estimada em US$ 800 milhões, hoje é avaliada em R$ 150 milhões, ou US$ 86,6 milhões pela cotação do dólar de ontem.

O advogado de Cleide, Luiz Fernando Fraga, do escritório BM&A (Barbosa, Mussnich & Aragão), diz não saber o valor exato dos bens, e que os R$ 150 milhões foram calculados pela família do banqueiro. Aguiar faleceu em janeiro de 1991, aos 86 anos.

Em outubro, havia se casado com Cleide em regime de separação de bens, após um relacionamento de cerca de oito anos. Um mês e 12 dias antes de morrer, fez um testamento colocando a segunda mulher como herdeira universal.

Os 11 netos de Aguiar, filhos de suas três filhas adotivas, questionaram a validade do testamento, alegando que o banqueiro não estava em perfeita sanidade mental. O banqueiro que fundou o império do Bradesco - segundo maior banco privado do País, com lucro de R$ 2,5 bilhões de julho a setembro - foi descrito na ação como incapaz.

“Usava cadeira de rodas para se locomover nos últimos dias de vida, sofria de incontinência urinária, usava fraldas e não falava coisa com coisa”, segundo depoimento do seu motorista particular, que consta do processo.

Outro argumento era de que o testamento não teria seguido as formalidades da lei. Em 1986, logo após perder a primeira mulher Elisa, Aguiar havia feito um testamento em que deixava os bens para os netos, documento que depois foi anulado por ele. Ontem, os cinco ministros que analisaram a ação - Massami Uyeda, Nancy Andrighi, Sidnei Beneti, Paulo de Tarso Sanseverino e Vasco Della Giustina - consideraram o testamento válido.

A família pode recorrer, mas a unanimidade na decisão é outro ponto favorável à viúva, que hoje tem 67 anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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