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Vinda de carros ao Brasil depende do governo, diz Kia

José Luiz Gandini ,presidente nacional da montadora, afirmou que o IPI inviabiliza o crescimento da montadora e a vinda de veículos como o elétrico Soul EV


	Kia Optima T-Hybrid: modelo faz 15 quilômetros por litro em uso urbano
 (Divulgação)

Kia Optima T-Hybrid: modelo faz 15 quilômetros por litro em uso urbano (Divulgação)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 29 de outubro de 2014 às 12h40.

São Paulo - Com ênfase no design inovador, a Kia apresentou quatro carros no Salão do Automóvel de São Paulo. A vinda de alguns deles ao Brasil, no entanto, depende de incentivos governamentais.

Ary Jorge Ribeiro, diretor de vendas, afirmou que a montadora coreana irá lançar 91 modelos até 2018. Serão 31 novos modelos, entre repaginações e lançamentos, com 60 derivativos.

O novo Sorento é a terceira geração do SUV, com capacidade para cinco ou sete pessoas. Também é a terceira geração da Grand Carnival, mix de minivan e SUV.

Esses modelos estarão disponíveis para venda no Brasil a partir do segundo semestre de 2015.

Mostrou também dois veículos com tecnologia eco-friendly. O Otima 2.0 híbrido, que faz 15 quilômetros por litro em uso urbano, e o Soul EV, elétrico com recarga externa residencial.

Impostos

A vinda desses modelos ao país, no entanto, depende de incentivos, como redução de imposto de importação e do IPI.

“Recentemente, o governo ofereceu incentivos aos automóveis híbridos, com a redução de imposto de importação de 35% que pode chegar a 0%. Em nosso caso, porém, permanecem os trinta pontos porcentuais de IPI”, afirma José Luiz Gandini, presidente da Kia Motors do Brasil.

Ele diz que a taxa inviabiliza a vinda do Kia Soul EV ao Brasil, primeiro carro totalmente elétrico da montadora. Ele já é vendido no mercado norte-americano.

Na mudança da legislação sobre IPI, em 2011, a Kia recebeu uma cota de 4.800 carros que poderiam ser importados sem o pagamento do IPI. Para todos os outros, são aplicados 30 pontos percentuais.

No entanto, essa cota estava muito aquém das vendas da montadora no país. “Nós perdemos muito com essa mudança de IPI”, lamenta Gandini.

Câmbio

O dólar em alta também é um grande obstáculo para a montadora coreana, por influenciar diretamente o preço do veículo.

Com esses empecilhos, “é impossível vender carros importados sem repassar esse valor ao consumidor. Em alguns casos estamos perdendo dinheiro para vender”, lamenta Gandini.

Como reflexo, a venda de carros caiu de cerca de 80.000 em 2011 para apenas 26.000 unidades comercializadas em 2013. Esse ano, preveem chegar a 22.000 carros.

Além de reavaliar a cota de veículos importados sem IPI, para um montante compatível com a frota em circulação no país, Gandini também pede que os carros híbridos ou elétricos não sejam incluídos nessa cota.

“São carros que fazem bem para o ambiente, com tecnologia totalmente diferente. Não deveriam entrar na cota”, diz o presidente.

Fábricas

José Luiz Gandini anunciou que a fábrica no México, que começou a ser construída em setembro deste ano, começará a produzir a partir do segundo trimestre de 2016. A planta terá capacidade para 300.000 veículos por ano.

Sobre a abertura de uma fábrica no Brasil, Gandini afirma que a decisão depende da sede, na Coreia do Sul. “É um sonho, mas depende das decisões internas do coreano”.

O Salão do Automóvel de São Paulo abre as portas para o público a partir do dia 30 de outubro e vai até 9 de novembro. O evento acontece no Pavilhão de Exposições do Anhembi, na Avenida Olavo Fontoura, 1.209.

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