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Vinci Partners mira aquisições e privatizações no setor elétrico

Oportunidades incluem aquisições de empreendimentos de transmissão e de energia renovável, além de leilões da Cesp e de distribuidoras da Eletrobras

Vinci Partners: o movimento reforça a retomada dos investimentos da gestora no setor, que veio no ano passado, com arremate de lote em um leilão de concessões para novas linhas de transmissão (Adriano Machado)

Vinci Partners: o movimento reforça a retomada dos investimentos da gestora no setor, que veio no ano passado, com arremate de lote em um leilão de concessões para novas linhas de transmissão (Adriano Machado)

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Reuters

Publicado em 20 de fevereiro de 2018 às 15h04.

São Paulo - A gestora de recursos Vinci Partners tem analisado ativamente oportunidades de negócios no setor elétrico que incluem possíveis aquisições de empreendimentos de transmissão e de energia renovável, além da participação em leilões de privatização da geradora Cesp e de distribuidoras da Eletrobras, disse à Reuters um executivo do grupo.

O movimento reforça a retomada dos investimentos da gestora no setor, que veio no ano passado, quando a empresa arrematou um lote em um leilão de concessões para novas linhas de transmissão realizado pelo governo. A Vinci havia deixado os negócios em energia com a venda de sua fatia na elétrica Equatorial em 2015, por 700 milhões de reais.

"Temos visto que de todos os segmentos da infraestrutura o setor elétrico é aquele que vem apresentando as melhores oportunidades... é um segmento em que a gente tem muita experiência em adquirir ativos, gerir ativos, e isso nos dá conforto", disse o chefe da área de infraestrutura da Vinci Partners, José Guilherme de Souza.

"Além disso, o país não tem mais hoje aquele cenário que vimos nos últimos dez anos, em que as estatais eram extremamente atuantes e as construtoras também. Há necessidade de investimentos muito grandes e esses atores estão fora do jogo", adicionou.

No setor de transmissão de energia, a Vinci tem avaliado ao menos três oportunidades de aquisição.

"Estamos negociando. Dentro desses três ativos, dois deles são ativos já operacionais, seriam aquisições de companhias ou ativos. O outro é um projeto, para ser construído... são ativos relevantes", afirmou Souza.

Em geração, a companhia analisa possíveis compras de ativos de energia eólica e solar, além de uma termelétrica.

Outro alvo é a privatização da Cesp pelo governo do Estado de São Paulo --a empresa opera cerca de 1,6 gigawatts em hidrelétricas e deve ser oferecida em um leilão previsto para o segundo semestre.

"Para a Cesp, a gente vem buscando parcerias", disse Souza, que afirmou que a Vinci está aberta a negócios com sócios, principalmente para investimentos de maior porte como seria o caso da estatal paulista.

A Vinci Partners tem atualmente 21,8 bilhões de reais sob gestão por meio de 86 fundos e veículos, segundo informações do site da companhia.

Eletrobras

A Vinci Partners também pode eventualmente fechar parcerias para disputar o leilão de privatização de seis distribuidoras de eletricidade da Eletrobras que atendem Estados do Norte e Nordeste. Governo e estatal querem realizar o certame até abril.

"Em distribuição, dado a experiência que a gente teve ao longo do tempo em que esteve no controle da Equatorial, acho que a gente se qualificou bastante para esse processo", afirmou Souza.

O chefe da área de infraestrutura da gestora disse que ela pode buscar parcerias se decidir disputar distribuidoras da Eletrobras de maior porte ou com problemas complexos, enquanto em outras empresas que serão privatizadas seria possível uma aquisição individual por parte da Vinci.

Apetite grande

Segundo Souza, a Vinci pretende dobrar sua carteira de investimentos na área de infraestrutura dos atuais 2 bilhões de reais para 4 bilhões de reais nos próximos três anos.

Ele afirmou ainda que os setores de saneamento e aeroportos também estão no radar do grupo, além dos negócios em energia.

"Existem outros segmentos da infraestrutura que a gente vem analisando com bastante interesse, como saneamento e aeroportos, cada um deles com suas particularidades e cada um deles podendo compor um portfólio de investimentos bem interessante", disse.

Os aportes em todas essas áreas deverão combinar aportes próprios e captações no mercado, principalmente junto a investidores estrangeiros.

"O interesse dos investidores estrangeiros de longo prazo pelos ativos do Brasil em infraestrutura já está acontecendo... é um capital de longo prazo, praticamente perene, que busca realmente a rentabilidade no longo prazo e os ativos de infraestrutura cabem muito bem", adicionou Souza.

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