Negócios

Vigor: contrato de leite em pó com a Venezuela sempre foi da JBS

A Itambé iniciou um processo contra a Vigor em que acusa a empresa de ter se apropriado indevidamente de um contrato de leite em pó para a Venezuela

JBS: as empresas também estão envolvidas em outra arbitragem que envolve o processo de compra da Itambé pelo grupo francês Lactalis (Ueslei Marcelino/Reuters)

JBS: as empresas também estão envolvidas em outra arbitragem que envolve o processo de compra da Itambé pelo grupo francês Lactalis (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de março de 2018 às 18h38.

São Paulo - Em comunicado divulgado nesta terça-feira, 6, a Vigor afirma que o contrato de fornecimento de leite em pó à Venezuela - pivô de imbróglio com a Itambé - sempre foi da JBS, sua antiga controladora. "Alegam que a Vigor teria 'usurpado' da Itambé uma oportunidade de negócio no fornecimento de leite em pó à Venezuela. Ocorre que o contrato em questão nunca foi da Itambé, mas da antiga controladora da Vigor (JBS)", diz a empresa, em nota.

Na semana passada, a Itambé, empresa hoje administrada pela Cooperativa Central dos Produtores Rurais de Minas Gerais (CCPR), iniciou um processo contra a Vigor na Câmara de Arbitragem e Mediação do Centro de Comércio Brasil Canadá (CAM-CCBC) em que acusa a empresa de ter se apropriado indevidamente de um contrato de fornecimento de leite em pó para a Venezuela e pediu uma indenização de R$ 400 milhões, segundo uma fonte. "Como ficará provado no foro competente, os atos da Vigor observaram rigorosamente os ritos societários da Itambé, seu acordo de acionistas e a lei", diz a Vigor.

A empresa afirma ainda que os atos praticados referentes a este contrato foram devidamente aprovados por unanimidade e sem quaisquer restrições, por todos os membros do Conselho de Administração da Itambé, inclusive dos membros presentes da CCPR. A Vigor acrescenta que ainda não foi informada oficialmente.

As empresas também estão envolvidas em outra arbitragem que envolve o processo de compra da Itambé pelo grupo francês Lactalis. A compra foi aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), mas a Itambé ainda segue sob gestão da CCPR, devido à disputa judicial. A Vigor considera que a venda aos franceses feriu o acordo de acionistas entre as empresas. A cooperativa nega.

O imbróglio entre as empresas começou em agosto de 2017, quando a J&F, holding à qual pertence a JBS, que era controladora da Vigor, anunciou a venda da empresa de lácteos, com 50% de participação na Itambé, para a Lala. Na época, a CCPR comprou a fatia da Vigor, ficando então com 100% da Itambé. No dia seguinte, a CCPR anunciou a venda da marca mineira à Lactalis. No entanto, na sequência, uma ação cancelou a venda das ações da Vigor na Itambé para a CCPR e, consequentemente, suspendeu a negociação com a francesa. No fim de dezembro, a CCPR conseguiu retomar o controle da Itambé.

Acompanhe tudo sobre:JBSVenezuelaVigorItambé

Mais de Negócios

38 franquias baratas a partir de R$ 4.990 para trabalhar em cidades pequenas (e no interior)

Quais são os maiores supermercados do Rio Grande do Sul? Veja ranking

Brasileiro mais rico trabalhou apenas um ano para acumular fortuna de R$ 220 bilhões

Quais são os maiores supermercados do Nordeste? Veja quanto eles faturam