Jeff Bezos (The Washington Post/Reuters)
Agência O Globo
Publicado em 3 de fevereiro de 2021 às 15h18.
Depois de quase três décadas no comando da Amazon.com, o segundo homem ais rico do mundo, Jeff Bezos, resolveu deixar o cargo de CEO da gigante do e-commerce para se dedicar a outros projetos. Este é um movimento comum a outros fundadores de de grandes empresas de tecnologia, como Bill Gates, da Microsoft, e Larry Page, do Google, por exemplo.
Depois de um tempo à frente dos negócios, que crescem e se ramificam, eles passam a trabalhar em outras ambições, já que têm recursos de sobra para diversificar seus planos.
No caso de Bezos, ele tem vários planos: pretende se concentrar na administração do jornalão americano The Washington Post, que adquiriu há oito anos, e também em sua empresa de projetos espaciais Blue Origin, a principal rival da SpaceX de Elon Musk na exploração do espaço pela iniciativa privada.
Entre os planos de Bezos na Blue Origin, está o retorno de missões tripuladas à Lua e a transferência para lá de indústrias que ferem o meio ambiente na Terra.
Outros planos de Bezos são (por falar em meio ambiente) seu fundo de US$ 10 bilhões para fazer face ao aquecimento global, chamado Earth Fund. E a dedicação à filantropia, com outra iniciativa chamada Day One Fund, que atua em projetos como a criação de escolas gratuitas para crianças pobres.
Já Bill Gates, um do fundadores da dona do sistema Windows, a Microsoft, deixou o posto de CEO da empresa em 2014 para se tornar um dos maiores filantropos do mundo, ao lado de sua mulher, Melinda. A fundação que leva o nome do casal é considerada a maior entidade filantrópica do mundo, com recursos de quase US$ 35 bilhões.
Entre os vários projetos apoiados pela fundação estão iniciativas para combater doenças como Aids e tuberculose, e fomentar a vacinação e a prevenção de outros males. Outra frente em que ela atua é o saneamento, provendo melhores condições sanitárias e de higiene em países pobres na África, por exemplo. A agricultura é outra frente, com projetos como a produção de arroz geneticamente modificado para combater a deficiência de vitamina A.
Além disso, a fundação concede recursos para bolsas em universidades e também para bibliotecas e outras instituições de ensino.
Outra área em que Gates investe é na sustentabilidade. Durante a Conferência sobre Mudanças Climáticas em Paris em 2015, ele anunciou dois projetos: o Mission Innovation, em que governos de 20 países se comprometeram a dobrar os investimentos em pesquisa e desenvolvimento para a redução de emissões de carbono em cinco anos, e o Breakthrough Energy, um grupo de investidores que prometeu apoiar start-ups focadas em tecnologias para energia limpa. Gates investiu cerca de US$ 2 bilhões nesse projeto.
Larry Page, um dos fundadores do Google, foi CEO da companhia-mãe do site de buscas, a Alphabet, até 2019, quando passou a fazer parte do conselho, e deixou Sundai Pichar no leme.
Entre os interesses de Page estão os projetos de energia renovável. Ele é um investidor na Tesla, a empresa de carros elétricos de Elon Musk, e também se vale da Google.org, o braço filantrópico da gigante, para apoiar projetos de veículos elétricos híbridos. Outra iniciativa em que investe é a start-up Opener, que projeta carros aéreos.
Page também ajudou a criar a Singularity University, um think tank que oferece consultoria sobre inovação, incuba novos negócios e discute soluções e tecnologias para fazer face a problemas globais.
Kevin Systrom e Mike Krieger, os fundadores do Instagram, também se dedicam a novos projetos, depois de deixarem o Facebook, que em 2012 adquiriu a rede social de fotos por US$ 1 bilhão. A dupla se reuniu em abril de 2020, no começo da pandemia, para lançar o Rt.Live, sistema que rastreia quão rápido o coronavírus vem se disseminando em cada estado dos EUA. Krieger também trabalha com filantropia, por meio da organização GiveWell, que ajuda a organizar a efetividade dos custos de entidades beneficentes e incrementar suas operações.
Larry Ellison, fundador da gigante de bancos de dados corporativos Oracle, continua na empresa como presidente executivo do conselho e diretor de tecnologia, mas não é mais CEO, cargo ocupado pela executiva Safra Catz. Entre os projetos do bilionário estão investimentos em empresas como a Salesforce, companhia especializada em sistemas de computação em nuvem para gerenciar relacionamentos com clientes, e a farmacêutica Astex, voltada para o desenvolvimento de remédios contra o câncer.
Ellison também comprou na década passada, por cerca de meio milhão de dólares, 98% da ilha havaiana de Lana'i do bilionário David Murdock.