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Viagens a negócios ajudam grupo CVC a vender mais no 3º trimestre

As vendas da companhia somaram 2,2 bilhões de reais de julho a setembro, crescimento de 2,6% frente o mesmo período do ano passado

CVC: grupo teve um lucro líquido de 56,7 milhões de reais no terceiro trimestre (Julio Bittencourt/CVC/Divulgação)

CVC: grupo teve um lucro líquido de 56,7 milhões de reais no terceiro trimestre (Julio Bittencourt/CVC/Divulgação)

Luísa Melo

Luísa Melo

Publicado em 4 de novembro de 2016 às 14h18.

São Paulo - O Grupo CVC teve um lucro líquido de 56,7 milhões de reais de julho a setembro.

A holding abrange as operações físicas e online da agência de turismo, além dos negócios da RexturAdvance, que atua no segmento corporativo, e da Submarino viagens. Ambas foram compradas no ano passado.

O resultado é 39,8% maior do que o estimado (pro forma) para o mesmo período de 2015. Correções foram necessárias para possibilitar a comparação após a incorporação dos números das subsidiárias.

Já o lucro líquido ajustado, que desconsidera efeitos não recorrentes, ficou em 55,8 milhões de reais, avanço de 18,7% na comparação anual.

As vendas do período, como EXAME.com havia antecipado, somaram 2,2 bilhões de reais no grupo, crescimento de 2,6% frente o mesmo trimestre do ano passado. No segundo trimestre, elas  haviam caído 0,9% frente a um ano antes.

Segundo a empresa, a recuperação da Rextur, no nicho de viagens a negócios, suportou a melhora da performance.

As vendas segmento cresceram 2% ante igual intervalo de 2015. Nos três meses anteriores, havia sido registrada uma retração de 7,6% na mesma comparação.

"Este é o primeiro trimestre que o segmento corporativo apresenta recuperação, o que é uma boa notícia para o mercado", disse o presidente da companhia, Luiz Eduardo Falco, durante teleconferência com analistas nesta sexta-feira (4).

Já a Submarino Viagens ainda apresenta números negativos.

De acordo com a CVC, o mau desempenho do canal nos últimos dois trimestres é resultado da migração da plataforma de comércio eletrônico, que começou em julho e foi concluída agora em outubro.

"Tivemos um período de adaptação maior do que a gente esperava. Mas reposicionamos preços e esperamos que o próximo trimestre seja melhor. No ano que vem, devemos apresentar crescimento, comentou Luiz Fernando Fogaça, vice-presidente financeiro do grupo.

Esses ajustes de preço foram feitos principalmente em passagens, que estavam custando mais do que as vendidas pela concorrência, segundo o executivo.

Os bilhetes aéreos ainda correspondem a 85% das vendas totais da Submarino.

Vendas para turismo

Na CVC, especificamente, as reservas confirmadas somaram 1,42 bilhão de reais no terceiro trimestre, um salto de 4,4% frente ao mesmo período do ano passado.

A performance foi negativa em agosto, influenciada principalmente pela Olimpíada, mas os números de junho e setembro compensaram.

Nas lojas próprias, o crescimento das vendas foi de 6%, na comparação anual. Nas franqueadas, houve avanço de 2,4%. No canal online, porém, houve retração de 13,3%.

De acordo com Fogaça, a diferença acontece porque nos pontos de venda físicos o acesso ao crédito é diferente. Neles, o cliente pode pagar um terço do pacote em dinheiro ou boleto, por exemplo, enquanto na internet o cartão de crédito é a única opção.

O mix de produtos, preço e quantidade de parcelas para pagamento, porém, são iguais nas duas frentes.

No geral, as vendas da CVC foram puxadas pelas viagens internacionais. A recuperação do segmento, que demanda planejamento maior do que nacional, compensou os efeitos das promoções de última hora oferecidas pelos fornecedores.

As vendas para turismo em outros países avançaram 14,6% no trimestre, no confronto anual. No segundo trimestre, elas tinham crescido apenas 0,1% e no primeiro, caído 5,9%.

A retomada, de acordo com a CVC, decorre da estabilização do câmbio.

"O resultado é fruto do desejo represado [dos clientes de viajar para o exeterior] e do câmbio. Apesar de ele estar ainda em um patamar elevado, as pessoas se acostumam e voltam a comprar", avaliou Fogaça.

A receita líquida da CVC foi de 222,2 milhões de reais de julho a setembro, alta de 16,4% ante os mesmos meses do ano passado. No grupo todo, o número chegou a 276,3 milhões de reais, crescimento de 2,8%.

Para os próximos meses, as expectativas são positivas. Em outubro, a agência de turismo bateu seu recorde mensal de vendas, chegando a 538 milhões de reais.

Briga com franqueado

Durante a teleconferência, o presidente do grupo, Luiz Eduardo Falco, contou que a CVC está buscando novos parceiros para tocar a operação de 22 lojas que a empresa teve que assumir depois de um desentendimento com um masterfranqueado no Rio de Janeiro.

"A gente prefere o modelo de franquia. Elas serão imediatamente repassadas para o mercado. Tem muita gente interessada", disse.

A briga ocorreu porque a CVC retirou do antigo parceiro o status de masterfranquia, que lhe dava o direito de receber uma participação na receita de outras lojas que ele ajudasse a abrir.

O antigo masterfranqueado quis então transformar suas agências em multimarcas e chegou até mesmo a baixar as portas. O conflito foi parar na Justiça.

"Fizemos um acordo amigável e a gente considera que esse é um assunto que passou", afirmou Falco.

De acordo com ele, a mudança não trouxe impacto contábil para a empresa no trimestre.

A CVC abriu 23 lojas de julho a setembro, totalizando 60 inaugurações neste ano e 110 nos últimos 12 meses. A companhia fechou setembro com 1.064 unidades no total.

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