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Via Varejo publica primeiros resultados depois da volta de Klein

Analistas esperam queda no lucro, no faturamento e nas margens, e avanço tímido nas vendas online

Via Varejo: dez anos depois de vender o controle das Casas Bahia ao Grupo Pão de Açúcar, a família Klein, junto com fundos de investimento, adquiriu a participação do GPA na varejista (foto/Divulgação)

Via Varejo: dez anos depois de vender o controle das Casas Bahia ao Grupo Pão de Açúcar, a família Klein, junto com fundos de investimento, adquiriu a participação do GPA na varejista (foto/Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de agosto de 2019 às 06h26.

Última atualização em 14 de agosto de 2019 às 06h58.

A varejista Via Varejo — dona de marcas como Casas Bahia, Ponto Frio e Extra.com.br — divulga seu balanço trimestral depois do fechamento do mercado esta quarta-feira, 14. Esses serão os primeiros resultados publicados depois que o empresário Michael Klein voltou a ser dono da empresa.

Em junho, dez anos depois de vender o controle das Casas Bahia ao Grupo Pão de Açúcar, a família Klein, junto com fundos de investimento, adquiriu a participação do GPA na varejista. As ações da empresa, que valiam 4,38 reais em 2 de janeiro, fecharam a última sexta-feira, 9, valendo 8,53, em alta de mais de 94%.

A prioridade zero do novo presidente, Roberto Fulcherberguer, é “estabilizar o negócio”, que deu prejuízo em 2018. A curto prazo, a empresa está focando em fazer melhorias no site, nas lojas físicas e em estreitar o relacionamento com clientes por meio de análise de um banco de dados de 70 milhões de pessoas, que não estava sendo utilizado.

Ainda assim, os analistas estão pouco otimistas com os resultados trimestrais. Especialistas da XP Investimentos esperam que o crescimento nas lojas abertas há pelo menos um ano seja de 1,1%, em comparação com valores do mesmo período do ano passado. Já analistas do Itaú estimam que não haja crescimento nesta categoria.

As vendas online, foco da nova gestão do grupo varejista, devem apresentar números melhores. A XP espera crescimento em vendas totais digitais de 4% ao ano, enquanto Itaú projeta aumento de 1,5%. A margem ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) tem expectativa de queda entre 1,1 e 1,2 ponto percentual, em comparação com 2018.

As projeções de lucro e faturamento do banco Itaú para a companhia são menores que as do ano anterior. O lucro é estimado em 19 milhões, frente aos 20 milhões de reais do mesmo período em 2018. O faturamento, por sua vez, deve ser de 6,438 bilhões de reais, enquanto no ano passado foi de 6,462 bilhões de reais.

Para especialistas, os dois anos em que Via Varejo ficou à venda pelo grupo Pão de Açúcar foram prejudiciais, porque a empresa acabou se atrasando na corrida digital. A boa notícia é que há muito mato alto a ser cortado, e um modelo a seguir: objetivo central da diretoria é acelerar o crescimento em comércio eletrônico e tentar chegar ao nível do Magazine Luiza, seu principal concorrente.

A operação da empresa controlada pela família Klein é maior que a do competidor. Em 2018, as vendas foram de 30,6 bilhões de reais — ante 19,7 bilhões do Magazine Luiza. A diferença é que a Via Varejo terminou o ano com prejuízo de 267 milhões, enquanto a concorrente lucrou 597,4 milhões. Além disso, a cada 10 reais vendidos pelo Magalu, 3 são de compras online, enquanto na Via Varejo a proporção é de 2 reais.

O Magazine, que publicou balanço essa semana, lucrou 386,6 milhões de reais no segundo trimestre, em alta de 174,7% em relação aos 140,7 milhões lucrados um ano antes. O número inclui já os resultados da Netshoes, cuja aquisição foi finalizada dia 14 de junho. O faturamento teve alta de 16,6% em 12 meses, atingindo 4,308 bilhões de reais no segundo trimestre deste ano. Segundo a empresa, a melhora nas vendas foi reflexo do aumento de 56,2% no e-commerce total e 8,7% nas lojas físicas.

Mais do que lamentar o passado recente, analistas e investidores da Via Varejo vão buscar por pistas de que o caminho a seguir já está sendo traçado.

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