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Via Varejo gastará R$ 16 mi em reorganização da Cnova

A expectativa é que a combinação gere sinergias recorrentes de R$ 254 milhões a partir de 2017


	Via Varejo: a expectativa é que a combinação gere sinergias recorrentes de R$ 254 milhões a partir de 2017
 (Divulgação/GPA)

Via Varejo: a expectativa é que a combinação gere sinergias recorrentes de R$ 254 milhões a partir de 2017 (Divulgação/GPA)

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Da Redação

Publicado em 9 de agosto de 2016 às 10h29.

São Paulo - A estrutura da transação pela qual a Via Varejo incorporará a operação de comércio eletrônico da Cnova no Brasil será baseada em trocas de ações, mas ainda resultará num desembolso de R$ 16 milhões em dinheiro pela Via Varejo. Apesar disso e de a companhia incorporar o endividamento da Cnova, o presidente do Grupo Pão de Açúcar (GPA), Ronaldo Iabrudi, afirmou ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, que o grupo ainda projeta que a Via Varejo encerrará 2016 com posição de caixa líquido.

Para concretizar a união do varejo físico e online, a Via Varejo entregará para Cnova N.V. (a empresa holandesa) as ações de Cnova N.V. detidas pela Via Varejo que correspondem a 21,9% do capital e também um montante de R$ 16 milhões em dinheiro. Não haverá alteração diluição dos acionistas existentes da Via Varejo.

Segundo fato relevante, de acordo com os termos e condições dos contratos de empréstimo existentes entre Cnova Brasil e Cnova NV (avaliados em aproximadamente US$ 156 milhões em final de julho de 2016), haverá a obrigação de pagamento antecipado de empréstimos, que deverão então ser pagos à Cnova NV pela Via Varejo.

Apesar desse impacto, Iabrudi considera que a estrutura de capital da Via Varejo se manterá saudável. A companhia considera que, entre os impactos da transação e a captura de sinergias com a Cnova, a Via Varejo ainda encerrará 2016 com caixa líquido de cerca de R$ 481 milhões.

Iabrudi afirma ainda que os comitês independentes propuseram alterações e melhorias na proposta inicial de união das empresas. A relação de troca das ações da Cnova holandesa e da brasileira mudou. Na primeira comunicação sobre o tema em maio, previa-se que a Via Varejo pagaria em dinheiro um total entre US$ 32 milhões e US$ 49 milhões. O valor a ser pago em dinheiro caiu porque a relação de troca de ações na transação foi negociada entre o Comitê Especial da Via Varejo e o Comitê de Transação da Cnova NV, já considerados os efeitos decorrentes da investigação interna sobre fraudes nos estoques da Cnova Brasil, dizem as companhias em Fato Relevante.

O GPA não deverá votar na assembleia da Via Varejo, deixando a decisão para os minoritários. A família Klein, herdeira das Casas Bahia, é o principal grupo minoritário e já declarou estar de acordo com a transação.

Quando comunicou pela primeira vez a transação, o GPA recebeu algumas críticas de analistas porque não poderá vender suas ações na Cnova NV. A estrutura da operação prevê que o controlador Casino vai fazer uma oferta pública de aquisição (OPA) dos papeis da Cnova NV em circulação no mercado.

Esse montante, porém, equivale a apenas 8% do capital da companhia, que hoje reúne os ativos de e-commerce do Brasil e da França. O GPA não vai receber dinheiro do Casino pelas ações que o grupo brasileiro tem dessa companhia internacional de e-commerce e manterá participação na empresa.

Iabrudi destaca, porém, que, após a discussão nos comitês, o GPA passa a ter garantida a prioridade para vender essas ações caso a Cnova NV vá a mercado. Se todos os minoritários aderirem à OPA, a Cnova NV perderia a liquidez e haveria um processo de fechamento de capital. Se assim for, existe a possibilidade de uma nova oferta de ações (que vem sendo chamada de re-IPO) e nessa oferta o GPA poderia se desfazer dos papéis.

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