Via Varejo: empresa afirma que tem cobertura de entrega de produtos aos clientes de 98 por cento do Brasil (Divulgação/ Via Varejo/Divulgação)
Reuters
Publicado em 4 de setembro de 2017 às 11h49.
São Paulo - A rede de móveis e eletrodomésticos Via Varejo está concentrando em logística própria o transporte de mercadorias compradas online para a retirada em lojas físicas em seus dois principais mercados no país, São Paulo e Rio de Janeiro, um corte de custo que também minimiza o risco de roubo de cargas.
A companhia já está operando com caminhões próprios o abastecimento de 80 lojas nos dois Estados e tem como objetivo ampliar o número para todas as 730 unidades que possui nessas regiões até o final do ano.
A operação foi desenvolvida com a criação de uma empresa própria dentro da estrutura da Via Varejo, chamada VVLog, disse o diretor-executivo de logística da Via Varejo, Marcelo Lopes.
"Nos pilotos que fizemos, ficou demonstrado de forma bastante robusta uma redução de 20 por cento nos custos em relação à entrega na casa dos clientes", disse Lopes, referindo-se à utilização da logística própria para o transporte das mercadorias compradas online dos centros de distribuição até as lojas físicas.
Além de economizar nas viagens dos caminhões e reduzir de três para um dia o tempo para o cliente receber o produto, a empresa também minimiza o risco de a carga ser roubada, em um momento de forte aumento da criminalidade nos dois Estados.
A rival Magazine Luiza, que se concentra na classe C, público mais concentrado em periferias, concluiu no final do ano passado um sistema de retirada em loja física de compras feitas pela Internet. Segundo presidente-executivo da companhia, Frederico Trajano, o serviço ajudou a companhia a ter um salto de 55 por cento nas vendas do comércio eletrônico no segundo trimestre deste ano, ante mesma etapa de 2016.
De janeiro a julho, os roubos de carga no Estado de São Paulo subiram 20,4 por cento sobre o mesmo período do ano passado, para 6.270 ocorrências. No Rio de Janeiro, o salto foi de quase 26 por cento, para 6.087 casos. Os dados são das secretarias de segurança dos Estados.
"Temos zonas de risco onde não fazemos entrega de fato... potencialmente pela capilaridade que temos no Rio, com 215 lojas, o Retira Rápido ganha mais valor ainda neste sentido", disse Lopes ao ser questionado se o serviço de retirada ajuda areduzir custos com perdas de cargas devido à violência.
"Começamos pelo Rio de Janeiro porque desenvolvemos mais recursos de segurança como escolta, sistemas de abertura de caminhões...e não dividimos informações com parceiros", disse o executivo sobre a logística própria da Via Varejo no serviço.
Segundo ele, apesar dos números que mostram crescimento acentuado nos índices de roubo de carga, a situação de segurança nos Estados "já era complicada há bem mais tempo...Tem lugares que eu não faço entrega de celular porque eu sei que vão mexer" na carga, afirmou Lopes.
A Via Varejo afirma que tem cobertura de entrega de produtos aos clientes de 98 por cento do Brasil. "Nas poucas regiões do país onde não efetuamos entregas por questões de segurança pública, oferecemos a opção do serviço do Retira Rápido", disse o executivo.
A VVLog conta hoje com 650 caminhões próprios, número que vem encolhendo desde um pico de 3 mil veículos há alguns anos, quando as operações da Via Varejo e da empresa de comércio eletrônico CNova, do grupo Casino, não estavam integradas.
"Quando vim para cá, há três anos, terceirizamos a atividade de entregas. Porém, em algumas regiões mais específicas (como SP e RJ) mantivemos a frota própria, porque nosso nível de custo, despesa operacional e de serviço era mais interessante que usarmos terceiros", disse Lopes.
Segundo ele, a intenção da VVLog é reduzir a frota própria da empresa em mais 30 por cento nos próximos meses, optando por alternativas como locação de caminhões para compor o conjunto de soluções logísticas da empresa.