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ViaVarejo confirma venda de ações dos Klein

Em fato relevante divulgado ao mercado, empresa divulgou intenção da família Klein de vender uma fatia do negócio; informação foi antecipada por EXAME.com na noite de ontem


	Depois de fundarem Casas Bahia e fundirem companhia com Ponto Frio, do Pão de Açúcar, família Klein quer se desfazer de parte do negócio
 (Divulgação)

Depois de fundarem Casas Bahia e fundirem companhia com Ponto Frio, do Pão de Açúcar, família Klein quer se desfazer de parte do negócio (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2013 às 16h32.

São Paulo - No começo da tarde, a ViaVarejo confirmou ao mercado que a família Klein quer vender parte de suas ações no negócio via oferta pública de distribuição dos papéis, conforme antecipado ontem à noite por EXAME.com.

Na operação, os Klein irão se desfazer de 53,8 milhões de ações da ViaVarejo, referentes a 16% do capital social da companhia. Hoje a família é dona de 47% da empresa. Outros 52,41% estão nas mãos do Grupo Pão de Açúcar, com uma fatia de apenas 0,59% sendo negociada no mercado.

Em fato relevante, a ViaVarejo afirmou que a intenção da família foi revelada em correspondência recebida na última sexta, dia 10, após o fechamento do mercado. Na carta, Samuel Klein, Michael Klein e Eva Lea Klein - representantes do grupo CB - pediram que fossem tomadas as providências necessárias para que a ViaVarejo realizasse uma oferta pública de distribuição dos papéis.

Os Klein indicaram o Bradesco BBI como coordenador da oferta. Do seu lado, a ViaVarejo reforçou que indicará, em um prazo de 30 dias, um segundo banco para coordenar a operação, conforme estabelecido no acordo de acionistas. A instituição financeira irá "analisar a viabilidade da realização da oferta solicitada".

O Grupo Pão de Açúcar submeteu o mesmo fato relevante à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Virada

O anúncio revela uma mudança radical na postura adotada pelos Klein. A família, que por muito tempo mostrou-se interessada em comprar a parte do Grupo Pão de Açúcar no negócio, trocou de estratégia depois de cálculos de bancos de investimento apontarem um valor de mercado de 9 a 12 bilhões de reais para a empresa.

Mais generosa, a avaliação levou em conta resultados recentes da varejista de eletroeletrônicos, superando, com folga, os 6 bilhões de reais anteriormente considerados pelos Klein para a proposta de compra da fatia de 52,41% do GPA. Em 2012, a ViaVarejo viu o lucro líquido avançar 210%, chegando a 322 milhões de reais. As despesas operacionais da companhia caíram 1,8%, refletindo medidas adotadas para cortar custos e melhorar margens.

A consequência mais imediata da oferta de ações dos Klein será o aumento da quantidade de papéis da empresa em circulação no mercado. O chamado free float pulará de 0,59% para pouco mais de 17%. Considerando o valor máximo atribuído à ViaVarejo pelos bancos, a oferta de parte das ações poderá movimentar 2,05 bilhões de reais.

No cenário cogitado anteriormente, de compra da ViaVarejo, os Klein desembolsariam 3 bilhões de reais para assumir o controle da empresa, com dois bilhões de reais sendo financiados pelo Bradesco. Agora, os fundadores da Casas Bahia vislumbram o recebimento de mais de 2 bilhões de reais pela venda de 16% da empresa, mantendo - pelo menos por ora - uma participação de 31% no negócio. 

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