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Vendas de ovos de Páscoa caem quase 30% com coronavírus

Segundo a Dotz, empresa de pontos, houve queda de 29% nas vendas dos ovos de Páscoa e de 56% na categoria de bomboniere na Semana Santa

Páscoa: O momento forçou o varejo a se adaptar (Mauro Holanda/Dedoc/Site Exame)

Páscoa: O momento forçou o varejo a se adaptar (Mauro Holanda/Dedoc/Site Exame)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 10 de abril de 2020 às 12h12.

Última atualização em 10 de abril de 2020 às 12h13.

Esta certamente é uma Páscoa diferente para o varejo e para a venda de ovos e chocolates. Segundo uma pesquisa realizada pela Dotz, empresa de programas de pontos e fidelidade, houve uma queda de 29% nas vendas dos ovos de Páscoa.

A categoria de bomboniere, que que engloba as caixas de bombom e barras de chocolate, opções mais baratas em relação aos ovos de Páscoa e que são uma alternativa comum de presente na data, observou queda de 56% nas vendas.

O estudo Insights Dotz do Varejo analisou os dias que antecederam a Páscoa deste ano em comparação com a Páscoa do ano passado (30 de março a 8 de abril de 2020 em comparação a 7 a 17 de abril de 2019) para entender se houve uma mudança de comportamento do cliente.

A empresa acompanhou a evolução dos hábitos de cerca de 2,3 milhões de consumidores em compras realizadas nas 16 redes de supermercados parceiras da Dotz em diferentes regiões do Brasil.

As vendas do comércio varejista por causa da Páscoa deverão cair 31,6% este ano, na comparação com a Semana Santa de 2019, conforme projeção da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Isso significará 738 milhões de reais a menos em faturamento no varejo.

Além das medidas de isolamento social, atingem as vendas do varejo na Páscoa efeitos secundários, na economia, da pandemia do novo coronavírus, como o dólar mais caro e a aversão ao crédito para consumo de produtos não essenciais, diz a entidade.

Mudanças no varejo

O momento forçou o varejo a se adaptar. Os Espaços Café das lojas do modelo mais novo do Pão de Açúcar, que estão temporariamente suspensos, foram transformados em pontos de vendas dos chocolates e ovos de Páscoa.

Além disso, na semana que antecede a Páscoa, as unidades do Pão de Açúcar e do Extra nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro irão comercializar ovos de Páscoa da Cacau Show, totalizando mais de 260 lojas. É a primeira vez que a fabricante de chocolates faz parceria com uma rede varejista para comercialização de sua linha de Páscoa.  

As promoções também são uma estratégia importante. No Extra, as compras de de itens sazonais, como ovos e bolos de Páscoa, chocolates, bacalhau, azeites e vinhos portugueses poderão ser parceladas em até 10 vezes sem juros nos cartões Extra nos valores acima de R$ 200, até o domingo, 12. 

A Lojas Americanas passou a oferecer o sortimento de ovos de Páscoa da loja pelo site, aplicativo ou WhatsApp. Para a compra dos ovos da D'elicce - marca própria da Americanas no segmento de alimentos e bombonière - a empresa oferece 50% de cashback pagando com Ame Digital, seu meio de pagamento próprio. 

As produtoras de chocolates também se viram obrigadas a criar soluções para que os doces cheguem aos consumidores. “Em linhas gerais, mudamos todo o plano de Páscoa do ano em duas semanas”, diz Leonardo Tonini, diretor de novos negócios da Mondelez Brasil, dona da marca Lacta, em entrevista à EXAME. A fabricante criou uma loja virtual em apenas dois dias. 

A empresa firmou uma parceria com a Uber e as Lojas Americanas, para que motoristas entregam ovos para o consumidor em até uma hora. A partir do Rappi, consumidores que queiram estimular a compra de ovos dentro do aplicativo ganham comissão em cima de vendas. 

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