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Vendas de carros automáticos devem prevalecer no Brasil em 2020

Pela primeira vez na história, os emplacamentos de automóveis com câmbio manual podem ficar para trás, de acordo com estudo da Bright Consulting

Carro com câmbio automático: brasileiro está investindo mais em conforto (GM/Divulgação)

Carro com câmbio automático: brasileiro está investindo mais em conforto (GM/Divulgação)

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Juliana Estigarribia

Publicado em 3 de dezembro de 2019 às 06h00.

Última atualização em 3 de dezembro de 2019 às 07h00.

O carro “pelado”, com pouca tecnologia embarcada, já não é predominante no mercado brasileiro há algum tempo. O consumidor está investindo cada vez mais em conforto e, nesta toada, as vendas de automóveis com transmissão automática devem superar, pela primeira vez, as de veículos manuais em 2020 no Brasil.

Segundo estudo da Bright Consulting, especializada no setor automotivo, a participação das vendas de carros com transmissão automática, automatizada e correlatas (como CVT, por exemplo) deve atingir aproximadamente 51% do total emplacado no ano que vem.

A diferença é pequena, entretanto, há apenas dez anos os carros com câmbio manual representavam aproximadamente 90% das vendas do mercado brasileiro. Os automáticos eram basicamente modelos premium e importados.

“O consumidor está demandando carros mais confortáveis. Projetamos uma virada do mercado já para o ano que vem”, afirma Murilo Briganti, diretor de produto da Bright.

A projeção das montadoras para 2019 é de um crescimento das vendas de 8,1% sobre o ano passado, para 2,67 milhões de unidades, de acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Apesar do avanço, o volume ainda está longe do recorde do mercado, alcançado em 2012, de 3,7 milhões de unidades.

“Esperávamos que a virada acontecesse em 2019, mas a economia ainda oscilante impactou o mix de vendas da indústria neste ano", diz Briganti.

Vendas x frota

Em mercados mais maduros como dos Estados Unidos, praticamente todos os veículos vendidos são automáticos, exceto esportivos. A frota norte-americana, que inclui novos e usados, também é quase toda automática. Já a frota brasileira ainda tem 90% dos veículos leves com câmbio manual.

O diretor automotivo da fabricante de lubrificantes Fuchs, Marcelo Martini, lembra que, além do preço mais caro, o carro automático requer cuidado especial, por ter peças e componentes diferenciados.

“Os carros automáticos geralmente têm uma manutenção mais cara, mas no caso do Brasil, na medida em que as vendas aumentarem, a tendência é que seu custo total acabe caindo.”

Martini destaca que, hoje, 90% dos SUVs produzidos no Brasil são automáticos, o que mostra uma tendência de demanda do consumidor brasileiro: o segmento é o que mais cresce no país. "O brasileiro quer cada vez mais conforto e esse mercado tende a crescer exponencialmente. É um caminho sem volta."

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