Ferro: no segundo trimestre, elas somaram 2,972 milhões de toneladas (Bob Riha Jr/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 7 de agosto de 2019 às 10h13.
Última atualização em 7 de agosto de 2019 às 10h15.
O lucro líquido reportado pela Gerdau referente ao segundo trimestre do ano, de R$ 373 milhões, veio 35% abaixo das estimativas de mercado.
A média das projeções de sete instituições financeiras consultadas pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, (BB-BI, BTG Pactual, Bradesco BBI, Itaú BBA, Morgan Stanley, Santander e XP Investimentos) apontava para um lucro de R$ 574 milhões.
O Ebitda ajustado no período, de R$ 1,572 bilhão, por sua vez, veio em linha com as estimativas (R$ 1,557 bilhão), assim como a receita líquida de R$ 10,154 bilhões no intervalo de abril a junho, ante uma projeção de mercado de R$ 10,594 bilhões.
O Broadcast considera que o resultado está em linha com as projeções quando a variação para cima ou para baixo é de até 5%.
Os números foram puxados pelas quedas nas vendas de aço. No segundo trimestre, elas somaram 2,972 milhões de toneladas, recuo de 22,5% ante o observado no mesmo intervalo do ano passado. Em relação aos três primeiros meses do ano o volume ficou praticamente estável (-0,4%).
A produção pela siderúrgica caiu 14,1% no período analisado para 3,425 milhões de toneladas. Na relação trimestral houve aumento de 2,5%.
Segundo a Gerdau, a queda dos volumes de vendas e produção é explicado pelo desinvestimento de ativos da companhia no exterior no ano passado.
No documento que acompanha seu demonstrativo financeiro a Gerdau lembra da venda de ativos no Chile, na Índia e, ainda, de grande parte das unidades de vergalhão nos Estados Unidos.
Do lado positivo, frisa a companhia, os desinvestimentos os custos de vendas, em termos consolidados, apresentaram redução.
Da receita da Gerdau no segundo trimestre do ano, 35,8% veio da sua operação no Brasil e 39,2% da operação na América do Norte.
Das vendas da operação Brasil, as realizadas no mercado interno somaram 985 mil toneladas, praticamente estável em relação ao mesmo período do ano anterior (+0,3%), porém um aumento de 4,9% no comparativo trimestral. As exportações somaram 359 mil toneladas, queda de 6% ante igual período de 2018 e recuo de 14 1% ante os três primeiros meses de 2019.
A Gerdau destaca que, ainda em relação à operação Brasil, a menor venda ao mercado externo ocorreu porque esse destino se tornou menos rentável e foi decidido, ainda a formação de estoque estratégico para a parada programada de manutenção do alto-forno 1 de Ouro Branco, em Minas Gerais. "Apesar da redução das vendas totais, é válido destacar o crescimento das vendas de planos no mercado interno no segundo trimestre deste ano, principalmente de chapa grossa", destaca a companhia.
A Gerdau investiu R$ 424 milhões no segundo trimestre deste ano, sendo R$ 196 milhões para manutenção geral do negócio, R$ 132 milhões para expansão e atualização tecnológica e R$ 96 milhões para manutenção da usina de Ouro Branco, em Minas Gerais.
Do valor investido nesse trimestre, 49% foram destinados para a operação Brasil, 27% para a operação América do Norte, 21% para a operação Aços Especiais e 3% para a operação América do Sul.
Hoje a Gerdau revisou para baixo seu plano de investimentos para este ano, que passou de uma estimativa de R$ 2,2 bilhões para R$ 1,84 bilhão.
"Os investimentos serão realizados à medida que se confirmem as expectativas de evolução do mercado e de geração de fluxo de caixa livre para o período". A empresa explica que parte desses investimentos que estavam previstos para serem realizados em 2019 foi prorrogada para os anos de 2020 e 2021.