Negócios

Vendas a prazo e descontos salvam ArtRio da crise

Cercada de cautela por causa da crise econômica, a quinta edição da ArtRio teve vendas acima do que se antevia, graças ao jogo de cintura no momento da compra


	Feira ArtRio: , a quinta edição da feira teve vendas acima do que se antevia, graças ao jogo de cintura no momento da compra
 (Divulgação / ArtRio)

Feira ArtRio: , a quinta edição da feira teve vendas acima do que se antevia, graças ao jogo de cintura no momento da compra (Divulgação / ArtRio)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de setembro de 2015 às 08h48.

Rio - Parcelamentos, pedidos de desconto, longas negociações. Cercada de cautela por causa da crise econômica, a quinta edição da ArtRio teve vendas acima do que se antevia, segundo galeristas ouvidos pelo jornal O Estado de S.Paulo, graças ao jogo de cintura no momento da compra.

Mesmo galerias internacionais, que estão lidando com o dólar a R$ 3,8, conseguiram fazer bons negócios.

A White Cube (de Londres), a David Zwirner e a Other Criteria (ambas de Nova York) tiveram resultados além da média, disse Brenda Valansi, sócia da feira.

A última vendeu múltiplos de Damien Hirst, proeminente artista britânico, com valores variando entre US$ 2,7 mil e US$ 56 mil.

"Nossa estratégica de reduzir o tamanho da feira deu certo: apesar do momento, as vendas superaram as expectativas. Tivemos um bom retorno dos galeristas e do público. O mercado está cada vez mais maduro", disse Brenda.

Participaram 80 galerias de arte moderna e contemporânea, vindas de 11 países, número 20% menor do que na edição do ano passado. Foi dado maior destaque à arte nacional - a proporção de galerias brasileiras subiu de 57% para 70% em relação a 2014.

O público presente nos quatro dias de feira foi de 49 mil pessoas, apesar do tempo chuvoso. A entrada pela Praça Mauá, reaberta no dia 6 após quatro anos de obras, facilitou o acesso.

Se em anos anteriores os bons negócios se concentravam nas primeiras horas do primeiro dia, dessa vez houve gente aproveitando até o último momento, com visitas aos estandes por dois dias seguidos até a decisão final.

"Foi uma surpresa agradável. O que mudou foi a questão do parcelamento e as negociações de descontos. Vendemos trabalhos de R$ 14 mil a R$ 300 mil e parcelamos em até oito vezes. A compra não é mais por impulso, existe uma indecisão", contou a galerista Anita Schwartz, que viu saírem obras de alguns de seus principais artistas - Waltercio Caldas, Nuno Ramos, Abraham Palatnik - e precisou repor peças exibidas por três vezes.

"Teve interesse também por artistas mais novos, como Otavio Schipper e Fernanda Quinderé. Se todas as compras acertadas se concretizarem, terá sido melhor do que a edição de 2014 e melhor do que a última SP-Arte (feira realizada em abril)."

Luiz Sève, sócio da Galeria de Arte Ipanema, uma das mais tradicionais da cidade, achou 2014 melhor, ainda que tenha vendido nomes como Cruz-Diez e Cildo Meireles.

Diretora d’A Gentil Carioca, Elsa Ravazzolo concorda: "As pessoas estão mais cautelosas, mas quem tem mais dinheiro não se afeta tanto pela crise". 

Acompanhe tudo sobre:ArteCâmbioDólarMoedasNegociações

Mais de Negócios

A voz está prestes a virar o novo ‘reconhecimento facial’. Conheça a startup brasileira por trás

Após perder 52 quilos, ele criou uma empresa de alimento saudável que hoje fatura R$ 500 milhões

Esta empresária catarinense faz R$ 100 milhões com uma farmácia de manipulação para pets

Companhia aérea do Líbano mantém voos e é considerada a 'mais corajosa do mundo'