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Da Redação
Publicado em 14 de maio de 2013 às 07h10.
Caracas - A venda do canal Globovisión, o único canal aberto crítico ao governo venezuelano, foi concretizada nesta segunda-feira, anunciou o vice-presidente da emissora, Carlos Zuloaga.
"A venda (do canal) foi confirmada", afirmou Zuloaga ao site da emissora. Fontes ligadas ao canal Globovisión confirmaram à Agência Efe que o documento de compra e venda da emissora foi assinado hoje.
Segundo a mesma fonte, os novos donos da Globovisión são os empresários Raúl Gorrín, Juan Domingo Cordero e Gustavo Perdomo.
Carlos Zuloaga, filho do fundador de Globovisión, Guillermo Zuloaga, afirmou que apresentaria sua renúncia após a assinatura do contrato, mas deve continuar à frente do canal até a transação ser completada.
A venda do canal de notícias foi anunciada por Guillermo Zuloaga no último dia 11 de março, quando o fundador da emissora explicou que foi obrigado a tomar essa decisão devido à "inviabilidade" econômica do canal.
"Somos inviável economicamente porque nossas entradas já não cobrem nossas necessidades de caixa (...). Somos inviáveis politicamente porque estamos em um país totalmente polarizado e do lado contrário de um governo "todo-poderoso" que quer nos ver fracassar", afirmou Guillermo Zuloaga na ocasião.
Guillermo Zuloaga, que reside nos Estados Unidos, é considerado foragido da justiça pelas autoridades venezuelanas.
No último dia 2 de maio, a direção de Globovisión nomeou como novo diretor-geral da emissora Vladimir Villegas, irmão do ministro de Comunicação, Ernesto Villegas. O novo diretor estará acompanhado pelo jornalista Leopoldo Castillo, uma das figuras mais emblemáticas do meio no país.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, declarou no último dia 6 de maio que Vladimir Villegas era seu "amigo" e, apesar de estar na oposição, lhe queria muito bem.
Vladimir Villegas teve uma longa trajetória no chavismo, sendo deputado constituinte, embaixador e vice-chanceler de Maduro, cargo que renunciou em 2007 por não compartilhar o rumo que tomava as políticas adotadas por Hugo Chávez. EFE