Negócios

Venda da Eletrobras fica mais atrativa com juros baixos no mundo, diz CEO

Planos do governo para a desestatização da Eletrobras preveem oferta de ações da companhia que diluiria a fatia do governo

Energia elétrica: governo deve retomar discussões com o Congresso sobre a desestatização no segundo semestre (Dowell/Getty Images)

Energia elétrica: governo deve retomar discussões com o Congresso sobre a desestatização no segundo semestre (Dowell/Getty Images)

Victor Sena

Victor Sena

Publicado em 29 de maio de 2020 às 19h26.

O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Jr., está otimista com a possibilidade de o processo de privatização da companhia ser retomado pelo governo após a crise causada pelo coronavírus e avalia que o negócio poderá atrair grande atenção de investidores mesmo em meio a um cenário pós-pandemia.

"Nós temos hoje no mundo uma posição, seguida por todos países do mundo, e no nosso não foi diferente, de redução da taxa de retorno dos títulos públicos", afirmou o executivo, ao participar de teleconferência com investidores nesta sexta-feira.

No Brasil, a taxa básica de juros da economia está em 3%, uma mínima recorde. Nos Estados Unidos, ela está entre 0% e 0,25%.

Esse contexto, acrescentou, deverá gerar uma intensa busca por aplicações com retornos maiores, como investimentos produtivos e em ações.

Os planos do governo para a desestatização da Eletrobras preveem uma oferta de ações da companhia que diluiria a fatia do governo para uma posição minoritária.

"(A Eletrobras) trata-se de um ativo para atrair investidores do mundo inteiro", disse Ferreira.

"Antes da crise já tínhamos uma grande quantidade de dinheiro à procura de projetos ou aplicações com retorno positivo, em alguns países você já tinha taxas de juros negativas ou zero. E essa posição do ponto de vista do rentista ela se agravou", adicionou.

Ele projetou que o governo deve retomar discussões com o Congresso sobre a desestatização no segundo semestre, o que tornaria possível a efetivação da operação em 2021.

Ele também destacou que a venda do controle da companhia deve ser uma das poucas alternativas do governo do presidente Jair Bolsonaro para reforçar as contas públicas após os gastos e a perda de arrecadação associados à pandemia.

"Nós vamos precisar. O único ativo que o governo tem para amenizar rapidamente o aumento da dívida é exatamente a privatização", apontou.

O executivo também disse acreditar que já há uma recuperação inicial em bolsas na Ásia, na Europa e nos Estados Unidos, uma vez que os mercados financeiros antecipam as expectativas de retomada das atividades após passado o pico da pandemia nessas regiões.

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusEletrobrasEnergiaPrivatização

Mais de Negócios

Prêmio Sebrae Mulher de Negócios 2024: conheça as vencedoras

Pinduoduo registra crescimento sólido em receita e lucro, mas ações caem

Empresa cresce num mercado bilionário que poupa até 50% o custo com aluguel

Como esta administradora independente já vendeu R$ 1 bilhão em consórcios