Consumo consciente: estudo da PwC mostra o caminho que as empresas precisam percorrer rumo à economia verde (Agência/Getty Images)
De acordo com uma análise divulgada pela consultoria PwC em março deste ano, o setor privado pode se tornar a ponte necessária para alcançar a neutralidade de emissões de gases de efeito estufa. Ao mesmo tempo, a avaliação da instituição de auditoria é clara: líderes empresariais de diferentes países precisam agir imediatamente para alcançar as demandas da ciência, de governos, de investidores e da sociedade em geral.
Atualmente, cerca de 50% do PIB global já se comprometeu com a eliminação das emissões até o ano de 2050. Ao mesmo tempo, empresas públicas de grande porte começam a sofrer pressões para adotar medidas verdes, e a tendência é que, em breve, empresas públicas menores e empreendimentos privados também passem a ser cobrados para agir de forma sustentável. Mas estes últimos estão caminhando mais lentamente em direção à economia verde.
Por enquanto, de acordo com a PwC, apenas 7% das 500 maiores empresas do mundo, representadas pela lista Global Fortune 500, firmaram compromissos para zerar suas emissões de carbono. Contudo, entre elas, muitas ainda não especificaram os tipos de ações que empregarão para combater a mudança climática. Assim, para os negócios que optarem por adotar imediatamente medidas sustentáveis, existe um cenário fértil para inovação, liderança e vantagens competitivas.
Mas a transição não será fácil. Para que se consiga implementar o caminho para a sustentabilidade, será preciso que as empresas realinhem suas estratégias de crescimento para alcançar a meta de emissões zero, adaptem seus modelos operacionais e cadeias de fornecimento, invistam em inovação, financiem projetos ligados à economia verde e priorizem a transparência e o engajamento, segundo análise da PwC.
Outras opções seriam o abastecimento elétrico dos prédios comerciais a partir de energias renováveis, a implementação de veículos à base de combustíveis limpos entre a frota das empresas e o investimento na correta disposição de resíduos e no uso da água.
Segundo o Fórum Econômico Mundial, 55% das soluções para a crise do clima virão de sistemas de energia melhores, e o restante, 45%, será fruto da aplicação de mecanismos de economia circular.
Nesse contexto, a tecnologia desponta como meio útil de estabelecer e acelerar mudanças sustentáveis. E o mercado está reconhecendo esse movimento: entre 2013 e 2018, o investimento de venture capital em tecnologias ligadas à mudança climática cresceu 4.200%.
Ainda assim, há muito a ser feito. Quanto mais tempo os negócios levarem para agir em relação ao aquecimento global, mais intensos serão seus efeitos, que trazem prejuízos econômicos, políticos e sociais significativos. A jornada será longa, mas, se formos bem-sucedidos, a recompensa será grande