Supermercado: a ação mostra uma oportunidade para as agências de viagens investirem na classe C (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.
São Paulo - A aproximação de companhias aéreas e redes de varejo e supermercados tem potencial para deixar as agências de viagens enciumadas. Mas os especialistas não esperam uma concorrência direta entre esses canais de vendas, já que atenderiam a públicos distintos.
"A venda no varejo não pode ser encarada como um bicho-papão pelas agências de turismo", segundo Ricardo Pastore, coordenador do núcleo de estudos de varejo da ESPM. Para o especialista, como a demanda cresceu, as vendas no varejo não vão "roubar" clientes das agências. "Assim como surgiu a venda pela internet e facilitou o atendimento, a venda no varejo é muito positiva", diz.
De qualquer forma, a ação mostra uma oportunidade para as agências de viagens investirem na classe C. Na Gol, por exemplo, do total de passagens vendidas em 2009, pouco mais de 65% foi comercializada por agências de viagens, e o resto foi vendido direto pela companhia, segundo Eduardo Bernardes, diretor comercial da Gol.
As agências devem encarar o novo serviço como uma ampliação do serviço online que é oferecido pelas empresas aéreas, segundo Luiz Adônis Batista Pinheiro, especialista em engenharia de transporte pela UFRJ e ex-chefe de assuntos internacionais do DAC.
"Os agentes de viagens vão deixar de ganhar", afirma Pinheiro. "Não vou dizer que estão perdendo. Perder seria o mercado sair deles", segundo Pinheiro. Para o especialista, não será uma perda muito significativa uma vez que a classe C e a D, principalmente, não costumam procurar agências de viagens. "Esses passageiros (da classe C) não serão os clientes dos cartões de fidelidade", afirmou Pinheiro.
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