São Paulo – A Vale sentiu, na prática, os efeitos do real forte. A valorização da moeda brasileira frente ao dólar levou a mineradora a sofrer uma redução de 987 milhões de reais na receita operacional do segundo trimestre.

A receita total da Vale, entre abril e junho, alcançou 25,614 bilhões de reais. A cifra foi 34,9% maior que a do mesmo período do ano passado. De acordo com a Vale, o impacto negativo do câmbio foi neutralizado por dois fatores.

O primeiro foi o aumento do preço médio de vendas dos minerais ferrosos, como minério de ferro, pelotas e manganês, e do carvão térmico. Esse reajuste de preços gerou um efeito positivo de 2,526 bilhões de reais para a receita trimestral. Esse incremento foi atenuado, em parte, pela queda dos preços dos metais básicos, como níquel e cobre. Essa queda foi de 331 milhões de reais. Com isso, o efeito líquido positivo do reajuste de preços foi de 2,228 bilhões.

Vendas maiores

O segundo motivo foi o aumento do volume físico de vendas. Esse fator gerou um efeito líquido positivo de 800 milhões de reais, composto pelo acréscimo de 1,187 bilhões de reais de embarques de minerais ferrosos e carvão, menos a redução de 571 milhões de reais em embarques de metais básicos.

No balanço geral, porém, o real forte ajudou a Vale em relação ao lucro líquido. De acordo com comunicado à imprensa, nesta quinta-feira (28/7), o impacto positivo da variação cambial sobre o lucro foi de 848 milhões de reais. No trimestre anterior, a conta ficou positiva em 52 milhões.