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Vale normaliza embarques após deslocar navio rachado

O porto responde por cerca de 10 por cento das exportações mundiais de minério de ferro, pois é rota de saída de Carajás, a maior mina a céu aberto do planeta

Super navio da Vale (Divulgação)

Super navio da Vale (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de dezembro de 2011 às 19h17.

Rio de Janeiro - A mineradora Vale informou que normalizou na tarde desta terça-feira os embarques de minério de ferro no terminal de Ponta da Madeira, no Maranhão, após deslocar para outra área do porto o navio gigante Vale Beijing, que rachou no final de semana.

O porto responde por cerca de 10 por cento das exportações mundiais de minério de ferro, pois é rota de saída de Carajás, a maior mina a céu aberto do planeta.

O supercargueiro que opera a serviço da mineradora sofreu rachaduras nos dois lados do casco após ser carregado com quase 400 mil toneladas de minério de ferro no porto no Maranhão, informou à Reuters a Capitania dos Portos nesta terça-feira.

Por causa do transtorno com o navio recém-construído na Coreia, a Vale informou que deixou de embarcar 750 mil toneladas de minério de ferro, um volume que deverá ser recuperado ao longo do tempo. Segundo o analista Rodrigo Barros, do Deutsche BankSecurities em São Paulo, o problema não deverá impactar o resultado financeiro da mineradora no quarto trimestre deste ano.

O cargueiro Vale Beijing deveria ter deixado o terminal de Ponta da Madeira, no domingo, com destino ao porto de Rotterdam, na Europa. Atracou no Maranhão na última sexta-feira para receber a carga.

O cargueiro foi deslocado nesta tarde do terminal privado da Vale para uma área de maior profundidade, liberando o porto para novos embarques de minério de ferro.


"Na área de fundeio, a STX Pan Ocean (dona do navio afretado pela Vale) poderá continuar, com segurança, os trabalhos de análise dos danos e reparos do navio projetado e construído pela STX Pan Ocean", afirmou a mineradora. "A Vale continuará acompanhando as ações que serão tomadas pela empresa", acrescentou.

Peso -  Recém-construído na Coreia do Sul, o navio integra a nova frota que a Vale está montando com o objetivo de reduzir seus custos de transporte transocenânico de minério de ferro.

A embarcação pode não ter suportado a carga, entre outras possibilidades, segundo a autoridade local da Marinha do Brasil.

"Ainda não temos certeza da causa da rachadura... (O navio) pode não ter suportado a carga ou pode ter sido por fadiga do material", afirmou o comandante Calmon Bahia, capitão do Porto de São Luís, responsável pelas atividades.

"Sabemos que há pelo menos duas rachaduras, uma a boreste (lado direito) e outra a bombordo (esquerdo)", acrescentou.

Nesta terça-feira, por volta de 10 horas, no horário de Brasília, o navio começou a ser removido do píer da Vale, no terminal privado de Ponta da Madeira, para uma área pública do Porto destinada à ancoragem de navios, com maior profundidade.

Com ajuda de rebocadores, a embarcação chegou ao local por volta das 14h, segundo informou o órgão.

"Antes de consertá-lo é preciso estabilizá-lo e para isso é preciso mais profundidade, para não encostar no fundo do mar durante este processo", explicou o comandante.

O navio foi transportado para a chamada área de fundeio, localizada a cerca de 9 quilômetros do píer da Vale.

Técnicos avaliam se o navio será descarregado para então passar por reparos. Uma equipe de técnicos coreanos já chegou ao local para ajudar a solucionar o problema.

O Vale Beijing ficou pronto recentemente. É o primeiro de oito super cargueiros que serão entregues pela STX Pan Ocean até 2013 para transportar minério de ferro da Vale. Todos possuem capacidade de transporte de 400 mil toneladas.

O contrato de afretamento entre Vale e STX para estes navios, fechado em 2009, é da ordem de 6 bilhões de dólares, segundo a empresa asiática.


35 Valemax -  A mineradora brasileira informou à Reuters que firmou contratos de arrendamento para um total de 16 navios gigantes, conhecidos no mercado como Valemax.

Outros 19 navios gigantes foram encomendados para serem operados pela própria Vale, num total de 35 embarcações do mesmo porte.

Destes que pertencerão à mineradora, 12 serão construídos na China, pelo estaleiro Rongsheng Shipbuilding and Heavy Industries, e outros sete na Coreia.

As encomendas integram a estratégia da Vale para reduzir custos de frete no mercado internacional, considerando que a maior parte do minério que exporta do Brasil tem a Ásia como destino - e a distância é uma desvantagem em relação a suas concorrentes.

O Vale Beijing foi carregado com 384,3 mil toneladas de minério de ferro, volume suficiente para produzir uma quantidade de aço para a construção de três pontes Golden Gate, ponto turístico da Califórnia.

As ações da Vale fecharam praticamente estáveis, enquanto o Ibovespa subiu 1 por cento.

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