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Vale mira acordo com Glencore em Sudbury para cortar custos

Mineradora confirmou que está em negociações por mais possíveis cooperações entre as operações de níquel na região de Sudbury, no Canadá


	Mina da Vale:companhia quer cortar custos em meio a quedas dos preços
 (Anderson Schneider/VEJA)

Mina da Vale:companhia quer cortar custos em meio a quedas dos preços (Anderson Schneider/VEJA)

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Da Redação

Publicado em 7 de novembro de 2013 às 17h28.

Rio de Janeiro - A Vale confirmou nesta quinta-feira que está em negociações com a Glencore Xstrata por mais possíveis cooperações entre as operações de níquel das mineradoras na região de Sudbury, no Canadá, em um esforço para cortar custos em meio a quedas dos preços.

A Vale disse nesta quinta-feira que não está planejando uma "joint venture corporativa" em Sudbury, mas que está observando outras opções para unir forças nos setores de mineração, usinagem e fundição para economizar dinheiro.

Os preços do níquel caíram em cerca de um quinto desde janeiro e estão pairando sobre mínimas de quatro anos, pressionados por um excesso de oferta.

"Nós agora estamos olhando para as sinergias e pretendemos começar a negociar no próximo ano", disse o presidente-executivo da Vale, Murilo Ferreira, a analistas durante uma teleconferência para comentar os resultados da empresa no trimestre, acrescentando que um eventual acordo não envolveria uma joint venture.

A Reuters relatou no mês passado que a Glencore e a Vale haviam reavivado negociações sobre a muito debatida cooperação em Sudbury, com as empresas considerando uma série de opções para suas operações de mineração e processamento na área.

Fontes familiarizadas com a situação disseram na ocasião que as negociações estavam em um estágio inicial.

"Estamos procurando maneiras de criar sinergias para nossas operações de não-ferrosos", disse Peter Poppinga, diretor de metais não-ferrosos da Vale.

Os dois principais operadores em Sudbury travaram negociações sobre unir forças em mais de uma ocasião anteriormente, tanto como Inco e Falconbridge e, mais tarde, como as empresas sucessoras Vale e Xstrata.

Analistas têm dito há tempos que uma aliança faria sentido para as duas operadoras minerando a formação oval de 60 km de comprimento conhecida como bacia de Sudbury.

As fontes disseram que o difícil mercado de níquel, pressões sobre a Vale em relação às dificuldades enfrentadas em suas minas de níquel-cobalto em Goro, na Nova Caledônia, e em outros lugares, poderiam tornar um acordo mais provável neste momento do que no passado. Da mesma forma, os problemas na divisão de níquel da Vale podem se revelar problemáticos.

A Vale, segunda maior produtora mundial de níquel, disse nesta quinta-feira que não espera ter que fazer uma baixa contábil no valor de Goro.

A empresa tem como meta 40 mil toneladas de produção vinda de Goro em 2014, "de níquel refinado em sua maioria", disse Poppinga, fator que deve até mesmo ajudar a mina a ter um ponto de equilíbrio. Caso se confirme, tal nível será maior do que os esperados 60 por cento de níquel refinado neste ano.

Poppinga espera que Goro, também conhecido como Vale Nova Caledônia, produza lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de 500 a 600 milhões de dólares por ano a longo prazo.

Outra das problemáticas minas de níquel da Vale, Onça Puma, no norte do Brasil, está aumentando sua produção e deve chegar a 60 por cento de sua capacidade no próximo ano, acrescentou. A Vale tem enfrentado problemas com o modelo do forno e foi obrigada a paralisar as operações em junho de 2012.

A Vale realizou uma baixa contábil de 2,85 bilhões dólares em Onça Puma no ano passado.

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