Negócios

Vale informa ao MP que estrutura de mina em Barão de Cocais pode se romper

De acordo com dados dos radares instalados no local, existe a possibilidade de deslizamento de uma parte dessa mina no período de 19 a 25 de maio

Mina Gongo Soco, em Barão de Cocais, Minas Gerais.  (Agência Vale/Divulgação)

Mina Gongo Soco, em Barão de Cocais, Minas Gerais. (Agência Vale/Divulgação)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 16 de maio de 2019 às 15h28.

Última atualização em 16 de maio de 2019 às 15h35.

A Vale informou ao Ministério Público que detectou movimentação na mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais, e que há a possibilidade de ruptura nos próximos dias. A mineradora disse que verificou uma deformação no talude norte da mina, que poderia levar ao rompimento da estrutura.

De acordo com dados dos radares instalados no local, existe a possibilidade de deslizamento de uma parte dessa mina. A Vale informou que detectou movimento na estrutura nesta segunda-feira e que, se a velocidade da movimentação permanecer, a ruptura do talude poderá ocorrer no período de 19 a 25 de maio.

Talude é a estrutura semelhante a uma escadaria, em grandes proporções, que se forma ao redor da cava, que é de onde se retira o minério de ferro. “O que pode acontecer é que, caso o talude caia dentro da cava, haja um abalo sísmico que possa afetar a barragem”, afirma o coordenador adjunto da Defesa Civil, Flávio Godinho, após alerta de movimento dado nesta semana.

No início de fevereiro, as sirenes da Vale foram acionadas pela primeira vez na cidade, forçando a evacuação de 500 pessoas. A decisão preventiva foi tomada depois que a consultoria Walm se negou a dar uma declaração de estabilidade da estrutura. Moradores da chamada área de autossalvamento, ou seja, pessoas que mantinham residência próximo da barragem, deixaram suas casas em 8 de fevereiro. Quem vive na chamada área secundária, em que está incluída Barão de Cocais, recebeu treinamento.

A barragem faz parte de uma lista de dez estruturas que a Vale prometeu desmontar após a ruptura da barragem de Brumadinho, em janeiro deste ano, que matou 240 pessoas e deixou 30 desaparecidos. As dez estruturas foram construídas pelo método de "alteamento a montante", considerado ultrapassado e menos seguro, também usado em Mariana.

Os dados sobre a situação na mina de Barão de Cocais, produzidos pela Vale, foram enviados ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). O MPMG recomenda à Vale que informe a população de Barão de Cocais que a barragem da Mina Gongo Soco os riscos a que estão sujeitos.

A empresa deve comunicar, por meio de carros de som, jornais e rádios, informações sobre a atual condição da Barragem Sul Superior e sobre os riscos da população em caso de rompimento. O MP também recomenda que a empresa deverá fornecer apoio logístico, psicológico, médico, bem como insumos, alimentação, medicação, transporte e tudo que for necessário para as pessoas em eventual acidente.

Acompanhe tudo sobre:MineraçãoMineradorasVale

Mais de Negócios

Cartões UnionPay emitidos no exterior podem ser vinculados ao Alipay e WeChat Pay

De olho na Black Friday, Shein abre área no aeroporto de Guarulhos para acelerar entregas

Autoridade chinesa aprova criação da Beijing BNP Paribas Tian Xing Insurance

'McDonald's da construção civil' recebe aporte milionário para popularizar obra à moda Lego