Samarco: "Eu quero que seja até o dia 15 de dezembro", disse presidente (Ricardo Moraes/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 29 de novembro de 2016 às 18h46.
Nova York - O presidente da Vale, Murilo Ferreira, disse a jornalistas nesta terça-feira, 29, após o Vale Day em Nova York, que espera que um acordo da mineradora com a BHP Billiton para um plano de negócios para a Samarco saia até o dia 15 de dezembro. As duas empresas são sócias na Samarco.
"Análises e estudos estão sendo feitos em Minas Gerais para que quando saia o acordo tenhamos algum tempo", disse o presidente da Vale.
"Eu quero que seja até o dia 15 de dezembro." Na apresentação para os investidores, os executivos da Vale disseram que a expectativa é que a Samarco possa retomar as operações em 2017.
Desinvestimentos
Murilo Ferreira disse ainda que, após os desinvestimentos feitos na área de carvão, o foco agora é a venda de ativos no segmento de fertilizantes. Já na área de metais básicos, o executivo avalia que este não é o momento para transações estratégicas nesta operação.
"Já fizemos o desinvestimento em carvão. Falta fazermos a notificação de desembolso para a Mitsui, que pode ser feito a qualquer momento", afirmou o presidente da Vale. Em setembro, a Vale anunciou o fechamento de acordo com o grupo japonês para venda de ativos de carvão. O passo seguinte, pela ordem prevista, é fertilizantes, ressaltou Murilo, sem se comprometer com prazos para as vendas.
O executivo disse que se tem no momento um cenário de preços muito mais favorável para o carvão, o níquel, o cobre e o minério de ferro este ano do que para os fertilizantes. Nos últimos seis anos, as vendas de ativos feitas pela Vale somaram US$ 13 bilhões, em operação em sua maioria fora dos negócios estratégicos da empresa.
O presidente da Vale disse que no segmento de cobre a Vale está em 11º lugar entre os maiores produtores do mundo e caminhando para o 6º lugar. "Temos recursos muito competitivos", disse ele.
Na Argentina, Murilo disse que as coisas não saíram como o esperado para as operações da Vale.
Rating
O diretor Financeiro da Vale, Luciano Siani, acredita que o rating da Vale pode melhorar de forma gradual na medida em que a empresa fique menos alavancada, disse a jornalistas.
Siani afirma que a Vale tem US$ 3,5 bilhões em obrigações vencendo em 2018, com custo "muito baixo" e, por isso, não vai buscar refinanciar todo esse valor. "Deve refinanciar algo na casa de US$ 2 bilhões e não necessariamente via mercado de bônus. Vamos olhar todas as alternativas."
"As agências de rating têm metodologia conhecida. Esperamos recuperação gradual dos níveis de rating na medida em que fazemos as desalavancagens", afirmou o executivo.