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Vale depende do governo para novos projetos de infraestrutura em SP

Apesar do anúncio de 3,5 bilhões de reais para infraestrutura e logística, empresa ainda terá de esperar licenças ambientais, que não têm prazo definido

Vale: sem prazo para investir recursos em São Paulo (Divulgação)

Vale: sem prazo para investir recursos em São Paulo (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 22 de julho de 2011 às 20h09.

São Paulo – A Vale assinou, nesta sexta-feira (22/7), um protocolo de intenções com o Governo do Estado de São Paulo para investir 3,5 bilhões de reais nos próximos três anos em logística e infraestrutura.

Apesar das pompas do anúncio, o início dos investimentos ainda é incerto. Marcelo Spinelli, diretor de comercialização e logística da Vale, disse que não há prazo para que a cifra entre na pauta do conselho de administração da empresa.

“Isso vai depender de uma série de licenças ambientais que precisamos ter”, disse ele a EXAME.com. “Se o governo ajudar, o processo vai ser rápido. Na reunião do conselho também será definido que parte do valor a Vale vai contribuir – a empresa afirmou que uma parcela virá de potenciais parceiros, mas não disse quem seriam eles. Segundo Paulo Alexandre Barbosa, secretário estadual de Desenvolvimento Econônico, Ciência e Tecnologia, o protocolo de intenções tem três objetivos: estudar benefícios tributários para a Vale, obter licenças ambientais em menos tempo e buscar profissionais qualificados.

O projeto prevê a melhoria das atividades portuárias em Santos, ampliação de pátios intermodais e construção de armazéns portuários. No dia 14 de julho, a Vale assinou um acordo para a formação de uma joint-venture para exploração do Terminal Marítimo Ultrafertil (TUF), de Santos. O TUF movimenta cargas como enxofre, amônia e fertilizantes em geral. "É um projeto que amplia as oportunidades da região. Isso é abrir caminho para o Brasil", disse Murilo Ferreira, diretor-presidente da Vale, que deixou o evento sem falar com a imprensa.

Com o novo investimento, o potencial de cargas transportadas nos próximos quatro anos pode chegar a 14 milhões de toneladas. “Fizemos estudos sobre o mercado do agronegócio para saber se haverá demanda. Além disso o país vem crescendo muito”, diz Spinelli. Segundo ele, o principal diferencial é que o terminal está interligado com a malha ferroviária da Vale e integrará ativos portuários, ferroviários e terminais.

A empresa também pretende modernizar a malha ferroviária do interior paulista na região das cidades de Ribeirão Preto, Aguaí e São Joaquim da Barra. “A idéia é consolidar São Paulo e o Porto de Santos como o principal corredor logístico do país”, diz Spinelli. Em 2010, Santos manteve a posição como um dos mais importantes corredores, exportando 55% de grãos, 89% de açúcar e 33% de fertilizantes.

Mesmo sem saber quando as obras começam, Spinelli afirmou que o porto estará pronto no segundo semestre de 2014 e a modernização do corredor ferroviário termina no final de 2012.

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