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Vale busca acelerar listagem no Novo Mercado da B3, diz CEO

O presidente, Fabio Schvartsman, afirmou nesta segunda-feira que o plano de conversão de ações que terminou na semana passada foi "um sucesso"

Vale: a mineradora agora estuda uma solução para os detentores de ações preferenciais remanescentes (foto/Divulgação)

Vale: a mineradora agora estuda uma solução para os detentores de ações preferenciais remanescentes (foto/Divulgação)

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Reuters

Publicado em 14 de agosto de 2017 às 18h12.

São Paulo/Rio de Janeiro - Um suporte maior do que o esperado de acionistas da Vale ao plano de conversão de ações está motivando a maior produtora global de minério de ferro a acelerar a listagem de ações ordinárias no segmento Novo Mercado, mais alto nível de governança da B3.

O presidente, Fabio Schvartsman, afirmou a jornalistas em uma teleconferência nesta segunda-feira que o plano de conversão de ações que terminou na semana passada foi "um sucesso" e, por isso, a empresa estuda uma forma de acelerar o processo de migração da empresa, o que pode até acontecer neste ano.

Um total de 1,66 bilhão de ações preferenciais da Vale, ou 84,4 por cento dessa classe de ações em circulação, aderiram ao plano, bem acima do mínimo necessário para o sucesso da transação, que era de 54,09 por cento.

A mineradora agora estuda uma solução para os detentores de ações preferenciais remanescentes, um vez que o novo mercado exige a listagem somente de ações ordinárias.

O diretor-executivo de Finanças e Relações com Investidores, Luciano Siani, afirmou durante uma teleconferência com analistas mais cedo nesta segunda-feira que a Vale não está considerando usar dinheiro para comprar ações de investidores que não converteram suas ações preferenciais.

Duas das opções, segundo Schvartsman, são uma nova chance voluntária ou mandatória para a conversão das ações.

"Não temos uma decisão. Acho que não fazer nada não é o que os acionistas querem", afirmou Schvartsman.

"Estamos trabalhando com nossos consultores jurídicos para fazer o mais rápido possível", disse Schvartsman sobre a listagem no Novo Mercado, acrescentando que não há um cronograma preciso para a migração para esse segmento de mercado.

Anteriormente, a Vale previa se juntar ao Novo Mercado até 2020. No entanto, os executivos da empresa avaliam que isso poderá acontecer antes, porque houve um "apoio maciço (dos acionistas), o que poderá facilitar a migração", disse Schvartsman.

"Todos esses (acionistas) que converteram as ações deram um sinal claríssimo que eles querem que vá ao Novo Mercado o mais rápido possível", afirmou.

"Não é certo, mas é possível que isso (listagem no Novo Mercado) ocorra ainda neste ano."

Ao fundir as diferentes classes de ações da Vale em apenas uma, a mineradora pode tornar-se mais atraente para investidores asiáticos e empresas especializadas de investimento em mineração e metais, disse Siani à Reuters Latin American Investment Summit na semana passada.

A inclusão da Vale no Novo Mercado, como parte de um amplo plano de pulverização do bloco de controle da companhia, representa um marco na história da empresa, que tem como objetivo ampliar governança e transparência, afastando a possibilidade de interferências do governo.

O plano coloca um limite para interferências de políticos na gestão da empresa. Ainda assim, o governo manterá a chamada "golden share", um mecanismo legal que lhe permite afastar tentativas hostis de aquisição e moldar decisões estratégicas.

Questionado sobre interferências governamentais, Schvartsman afirmou que considera o assunto resolvido e disse que "o governo é muito bem-vindo como acionista minoritário.

As ações ordinárias da Vale fecharam em alta de 1,6 por cento, a 31,30 reais, nesta segunda-feira. As preferenciais encerraram com ganhos de 1,46 por cento, para 29,15 reais, no mesmo horário.

Schvartsman explicou que a Vale absorverá a antiga controladora da empresa, a Valepar, nesta segunda-feira, deixando então de ter um bloco de controle definido.

"A partir de hoje à noite, a Vale deixa de ter um (bloco de controle) definido", afirmou, explicando que a partir das conversões concluídas a Valepar passou a ter 44 por cento das ações. "Se os demais vierem a converter, eles (os acionistas que formam a Valepar) cairão para 41 por cento."

Quando os planos para a reestruturação societária foram publicados, em fevereiro, as regras previam que na data da incorporação da Valepar, os acionistas celebrariam um novo acordo de acionistas, com vistas a conferir à Vale estabilidade e adequar a sua estrutura de governança corporativa durante o período de transição para sua nova estrutura societária sem controle definido.

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