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Vale assume liderança na 3ª prévia do Ibovespa pela 1ª vez desde 2013

Migração ao Novo Mercado, nova política de dividendos e maior estabilidade dos preços das commodities explicam conquista, segundo executivo da companhia

Vale: nova política de dividendos foi anunciada em março, com uma proposta de ser, ao mesmo tempo, agressiva e sustentável por um longo período de tempo (Denis Balibouse/Reuters)

Vale: nova política de dividendos foi anunciada em março, com uma proposta de ser, ao mesmo tempo, agressiva e sustentável por um longo período de tempo (Denis Balibouse/Reuters)

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Reuters

Publicado em 4 de maio de 2018 às 19h18.

As ações da mineradora Vale assumiram a posição de maior peso na terceira prévia da carteira teórica do Ibovespa, o que não ocorria desde setembro de 2013, informou nesta sexta-feira a bolsa paulista B3.

A conquista da liderança após quase seis anos ocorreu devido a uma combinação da migração da Vale ao Novo Mercado, mais alto nível de governança da B3, nova política de dividendos da empresa e também da maior estabilidade dos preços das commodities, disse à Reuters diretor de Relações com Investidores da mineradora, André Figueiredo.

"A nova política de dividendos, mais agressiva, previsível e fácil de quantificar, traz para a empresa um segmento de investidores que a gente havia perdido nos últimos anos. São fundos de dividendos que representam uma boa parcela de investidores no mundo", disse Figueiredo, por meio de nota.

A nova política foi anunciada em março, com uma proposta de ser, ao mesmo tempo, agressiva e sustentável por um longo período de tempo, podendo ser aplicada em qualquer cenário de preço, permitindo ainda, previsibilidade das datas de pagamentos e do montante a ser distribuído.

A B3 informou nesta sexta-feira que a Vale atingiu 11,228 por cento da carteira, deixando o Itaú Unibanco PN em segundo lugar, com 10,44 por cento, seguido pelos papéis PN do Bradesco (7,734 por cento).

Analistas de mercado corroboram a afirmação de Figueiredo e destacaram que a entrada no Novo Mercado abriu caminho para investidores de diferentes perfis.

"A partir do momento em que você tem um ativo sendo negociado nesse nível de maior governança, você ganha mais liquidez", disse Rafael Passos, analista da Guide Investimentos, destacando ainda medidas que estão sendo implementadas pela empresa, em busca de pulverizar o controle e melhorar ainda mais a sua governança.

"Lá fora você tem uma série de regulamentos (determinando) que grande parte dos fundos não pode entrar em ativos que não tenham um nível mínimo de governança. A partir do momento em que ela entra no Novo Mercado, ela passa a deter esse benefício", afirmou.

Em uma entrevista à Reuters no ano passado, o diretor-executivo de Finanças e de Relações com Investidores da mineradora, Luciano Siani, afirmou que a ascensão da Vale ao Novo Mercado e as estratégias em busca de melhores resultados permitiriam ampliar a base de acionistas, atingindo novos perfis, como asiáticos e fundos mineração e metais.

Após a migração, o presidente da Vale, Fabio Schvartsman, afirmou que a empresa já havia notado novos investidores.

A Vale já era um dos papeis mais líquidos da bolsa, juntamente com Petrobras e bancos, de forma geral.

Mas a última vez que a Vale liderou a carteira foi na virada de setembro a dezembro de 2013, quando obteve 8,287 por cento. Em segundo lugar estava a Petrobras, com 7,617 por cento, seguida pelo Itaú Unibanco PN, com 4,558 por cento.

"Em 2013, a Vale teve um desempenho positivo, apesar das adversidades do cenário econômico do ano. Alcançaram o terceiro melhor desempenho em geração de caixa, levando em conta o Ebitda ajustado, recordes de venda e redução de custos", disse a consultora de investimentos da GO Associados, Luciana Nazar.

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