Fabio Schvartsman: o presidente da mineradora Vale promete criar "colchão de segurança" para barragens (Pilar Olivares/Reuters)
Agência Brasil
Publicado em 28 de janeiro de 2019 às 11h59.
Última atualização em 28 de janeiro de 2019 às 12h42.
Após sobrevoar nesse domingo (27), a região atingida pelo rompimento da Barragem 1 da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), que deixou pelo menos 60 mortos, o presidente da mineradora Vale, Fabio Schvartsman, anunciou plano para um novo padrão de segurança nas barragens de rejeitos de mineração.
Após acompanhar o trabalho de apoio aos atingidos, Schvartsman informou que o grupo de trabalho deve apresentar, nos próximos dias, um plano para "superar os parâmetros mais rigorosos existentes hoje no Brasil e no mundo" em termos de segurança nas barragens.
"Me parece que só tem uma solução: nós temos que ir além de qualquer norma, nacional ou internacional. Nós vamos criar um colchão de segurança bastante superior ao que existe hoje", disse o presidente.
De acordo com a Vale, a Barragem 1 da Mina Córrego do Feijão recebeu rejeitos de mineração até 2015 e estava inativa desde então.
Segundo a empresa, a barragem não tinha a presença de lago e estava em processo de desenvolvimento do projeto de descomissionamento (procedimentos técnicos e de engenharia para assegurar que a desativação atinja condições de segurança, de preservação ambiental, confiabilidade e rastreabilidade de informações e documentos).
A barragem, com 86 metros de altura e 720 metros de comprimento da crista, foi construída em 1976 pela Ferteco Mineração, empresa adquirida pela Vale em 2001. A área ocupada pelos rejeitos era de 249,5 mil metros quadrados, com volume de 11,7 milhões de metros cúbicos.
No ano passado, foram emitidas duas declarações de Condição de Estabilidade da barragem pela TUV SUD do Brasil, empresa internacional especializada em Geotecnia, uma em 13 de junho e outra em 26 de setembro, ambas referentes aos processos de Revisão Periódica de Segurança de Barragens e Inspeção Regular de Segurança de Barragens.
"A barragem possuía Fator de Segurança de acordo com as boas práticas mundiais e acima da referência da Norma Brasileira. Ambas as declarações de estabilidade mencionadas atestavam a segurança física e hidráulica da barragem", informa a Vale.
Sobre outras estruturas da Mina do Córrego de Feijão, a empresa informa que a Barragem 6, que contém 843,8 mil metros cúbicos de rejeito, passou por inspeção logo após o rompimento da Barragem 1.
"Constatou-se que a estrutura se manteve dentro dos parâmetros de segurança exigidos, mesmo após ter sofrido impacto dos rejeitos", informou a Vale. "A barragem está sendo monitorada constantemente por dois radares, sendo um deles a cada 3 minutos com acompanhamento em tempo real", acrescentou.
Na manhã de ontem, por volta de 5h30, foi emitido alerta de Nível 2 na Barragem 6, devido ao aumento dos níveis de água, sendo baixada a classificação para Nível 1 por volta das 15h.