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Usiminas pode vender Automotiva no 1º semestre

Empresa quer reduzir o endividamento e se concentrar em operações centrais para produção de aço


	Produção de bobinas galvanizadas da Usiminas
 (Nelio Rodrigues/Agência Primeiro Plano/Veja)

Produção de bobinas galvanizadas da Usiminas (Nelio Rodrigues/Agência Primeiro Plano/Veja)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

São Paulo - A Usiminas pode vender sua divisão de produção de cabines de caminhões, Automotiva, no primeiro semestre deste ano, em meio à meta da companhia de reduzir o endividamento e se concentrar em operações centrais para produção de aço.

A companhia encerrou 2012 com prejuízo anual de 531 milhões de reais, o primeiro em mais de uma década , e espera reduzir o nível de endividamento de 4,7 vezes sua geração de caixa para nível abaixo de 3 vezes ao final de 2013.

Para isso, entre medidas de redução de custo, a companhia quer acelerar a venda de ativos não essenciais para a produção de aço, incluindo imóveis e também a Automotiva Usiminas.

"A Usiminas espera concretizar durante o primeiro semestre de 2013 algumas vendas de ativos não essenciais e não operacionais, como também operacionais, como é o caso da Automotiva Usiminas", afirmou o presidente da maior produtora de aços planos do país, Julián Eguren.

Segundo o vice-presidente financeiro da empresa, Ronald Seckelmann, a Usiminas mantém algumas negociações em andamento sobre venda de ativos, mas evitou citar valores. O diretor vice-presidente de subsidiárias, Paolo Felice Basseti, acrescentou: "A Automotiva é um cliente da Usiminas e está pronta e posicionada para subir a outro patamar e para fazer isso necessita naturalmente de uma companhia que possa ajudá-la a se desenvolver e considera a Automotiva como parte do núcleo de seus negócios." Segundo Basseti, a Automotiva, que foi reestruturada em 2012 em meio a um tombo de 20 por cento nas vendas de caminhões, teve margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) entre 13 e 14 por cento nos últimos seis meses. "Achamos que para o setor em que a Usiminas está atuando é razoável", disse Basseti.

Em dezembro, Eguren já havia comentado que a Usiminas estava aberta a joint-ventures ou venda da unidades e citou ainda a Usiminas Mecânica, que atua em segmentos como estruturas metálicas e produção de vagões ferroviários .

As ações da Usiminas, que chegaram a operar em baixa após a divulgação dos resultados, exibiam alta de 0,8 por cento às 12h59, enquanto o Ibovespa mostrava ganho de 0,4 por cento.

Projeções

Eguren afirmou que após o prejuízo de 2012 a Usiminas continua focada em contenção de custos em meio à crise no mercado siderúrgico mundial e que está estudando eventual desativação de mais uma linha de lingotamento contínuo de sua usina em Cubatão (SP).


A usina tem quatro linhas de lingotamento contínuo, que produz produtos semiacabados como blocos e placas, e já tinha desativado uma delas, afirmou Eguren.

"Estamos estudando o fechamento de uma nova linha de lingotamento para um futuro próximo (...) Temos oito máquinas no total (incluindo quatro equipamentos na usina mineira de Ipatinga) e estamos concentrando a produção nas máquinas com máximos índices de produtividade", afirmou o executivo.

Apesar de operar com menos máquinas, a produção da Usiminas em 2012 cresceu 7 por cento, para 7,16 milhões de toneladas.

A Usiminas estimou vendas de aço entre 6 milhões e 6,5 milhões de toneladas em 2013, queda ante o volume de 6,88 milhões de toneladas do ano passado. A estimativa para as vendas de minério de ferro este ano também é de entre 6 milhões e 6,5 milhões de toneladas, após 6,1 milhões em 2012.

Segundo o diretor comercial da Usiminas, Sergio Leite, a companhia está acompanhando os preços de aço nos mercados internacionais, "que apresentam viés de alta no primeiro trimestre".

Em janeiro a empresa reajustou em 5 por cento, em média, preços para o setor de distribuição e Leite comentou que a Usiminas deve concluir negociações com a indústria até abril. Contratos de longo prazo com montadoras de veículos foram acertados no ano passado, acrescentou.

Leite disse ainda que a Usiminas deve reduzir em cerca de 30 a 40 por cento a exportação de placas de aço neste ano, para aproveitar o produto semi-acabado em suas próprias laminadoras. A empresa exportou 700 mil toneladas de placas no ano passado.

A Usiminas estima investimento de 1,5 bilhão de reais em 2013, praticamente em linha com os 1,6 bilhão aplicados em 2012, em meio ao encerramento dos grandes aportes no segmento de siderurgia iniciados há alguns anos.

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