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Usiminas pode ter aporte de pelo menos R$ 1 bilhão

Entre maiores credores da empresa estão os bancos JBIC, BNDES, Bradesco, Itaú, Santander e Banco do Brasil


	Linha de produção da Usiminas: sócios controladores da empresa, que têm divergências em relação aos negócios, buscam saída em conjunto para situação financeira.
 (Domingos Peixoto/EXAME)

Linha de produção da Usiminas: sócios controladores da empresa, que têm divergências em relação aos negócios, buscam saída em conjunto para situação financeira. (Domingos Peixoto/EXAME)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de março de 2016 às 10h35.

Os sócios da Usiminas vão se encontrar na sexta-feira, 11, em reunião do conselho de administração da empresa, para discutir um aporte de, no mínimo, R$ 1 bilhão na companhia, apurou o jornal O Estado de S. Paulo.

Sem caixa para tocar suas operações, a japonesa Nippon Steel, que faz parte do bloco de controle da companhia, estaria disposta a desembolsar até R$ 1 bilhão sozinha, caso os outros sócios não queiram fazer a capitalização, segundo uma fonte familiarizada com o negócio.

Para dar fôlego à siderúrgica mineira, o grupo ítalo-argentino Ternium, subsidiária da Techint, que também faz parte do bloco de controle, é a favor da utilização de parte do caixa da Mineração Usiminas (Musa) e da operação de "stand still" (congelamento de dívidas) para renegociar alongamento com os bancos.

A reportagem apurou que a Musa poderá repassar cerca de R$ 500 milhões para o caixa da siderúrgica, que corre riscos de entrar em recuperação judicial.

Os dois sócios do bloco de controle, que se desentendem desde setembro de 2014, estão cientes da atual situação financeira do grupo e buscam saídas para salvar a companhia.

Entre os maiores credores estão os bancos JBIC (Japan Bank for International Cooperation), BNDES, Bradesco, Itaú, Santander e Banco do Brasil.

Os bancos condicionam o alongamento das dívidas a um aporte dos acionistas. Entre 2016 e 2017, os débitos a serem pagos somam quase R$ 4 bilhões. Só neste mês, vencem cerca de R$ 500 milhões.

Em nota, a Ternium informou que "as melhores alternativas de curto prazo para aliviar o endividamento da companhia e proteger todos os acionistas e bancos nacionais são a utilização imediata do recurso disponível na Mineração Usiminas".

Além disso, o grupo é a favor de uma negociação para prolongar os vencimentos de curto prazo da Usiminas e de "um aporte limitado de capital, a fim de evitar diluições desnecessárias."

A companhia informou que mantém diálogo constante com os outros acionistas para chegar a uma solução. "Tais premissas confirmam o compromisso da Ternium com o futuro da Usiminas", afirma a nota.

O grupo, que está fora da gestão da siderúrgica por causa das desavenças com a Nippon, reiterou que é a favor de buscar uma solução estratégica de longo prazo a Usiminas, a fim de garantir a sobrevivência da empresa.

Balanço frágil

Em 2015, a siderúrgica mineira encerrou com receita de R$ 10,2 bilhões, queda de 13,25% sobre 2014. No período, o prejuízo líquido ficou em R$ 3,6 bilhões e a dívida acumulada líquida somou R$ 7,9 bilhões.

A empresa colocou ativos à venda. O Credit Suisse tem o mandato para a venda da Usiminas Mecânica, de bens de capital. Procurada, a Usiminas não retornou o pedido de entrevista. A Nippon não comentou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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