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Usiminas negocia com montadoras reajuste de preços de aço em 2018

A empresa tem a intenção de reajustar os preços de aços vendidos para montadoras do país em 25%

Usiminas: empresa vê cenário de estabilidade de preços nos próximos meses para os distribuidores de aço do país (Kiko Ferrite/Exame)

Usiminas: empresa vê cenário de estabilidade de preços nos próximos meses para os distribuidores de aço do país (Kiko Ferrite/Exame)

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Reuters

Publicado em 22 de novembro de 2017 às 11h32.

Última atualização em 22 de novembro de 2017 às 13h55.

São Paulo - A Usiminas mantém intenção de reajustar em 25 por cento os preços de aços vendidos para montadoras de veículos do Brasil em 2018 e espera concluir as negociações na segunda quinzena de dezembro, afirmou o presidente da companhia, Sergio Leite, a analistas e investidores nesta quarta-feira.

"Estamos negociando com montadoras para trazer os preços para ao mesmo patamar da distribuição", disse o presidente da Usiminas.

Ele acrescentou que a Usiminas vê cenário de estabilidade de preços nos próximos meses para os distribuidores de aço do país, após reajustes de cerca de 30 por cento no acumulado deste ano.

As montadoras de veículos consomem cerca de 30 por cento da produção da Usiminas e acertam contratos anuais de fornecimento com a siderúrgica.

A produção de veículos do Brasil subiu 28,5 por cento de janeiro a outubro sobre o mesmo período do ano passado, e a expectativa citada por Leite é de crescimento para 2018.

A companhia segue trabalhando no orçamento para 2018 e por isso não divulgou durante o encontro com analistas e investidores projeção de investimento para o próximo ano. Para 2017, a expectativa é de aplicação de cerca de 200 milhões de reais.

Segundo o executivo, se a economia brasileira apresentar um crescimento acima de 2,5 por cento para o próximo ano, como está sendo previsto pelo relatório Focus, do Banco Central, a Usiminas poderá pensar em iniciar estudos para a reativação da produção de aço na usina paulista de Cubatão. Porém Leite afirmou que "nada deve acontecer antes de 2020".

A Usiminas desativou a produção de aço em Cubatão em 2016 com expectativa de manter apenas as atividades de laminação da usina por pelo menos cinco anos.

A usina de Cubatão está laminando placas de aço compradas de Ternium Brasil, antiga Companhia Siderúrgica do Atlântico, no Rio de Janeiro, e da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), no Ceará.

Leite afirmou que a Usiminas compra 100 mil toneladas de placas da Ternium Brasil por mês e pelo menos 35 mil toneladas da CSP por trimestre.

O executivo não deu detalhes sobre a rentabilidade da operação de Cubatão, mas afirmou que a usina gerou lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) em todos os meses deste ano.

Já a usina em Ipatinga (MG) deverá religar alto-forno 1 em abril do próximo ano, o que permitirá à empresa adicionar produção de 600 mil toneladas de placas por ano.

"Temos mais de 400 clientes e esperamos que todos eles voltem a apresentar crescimento em 2018", disse Leite.

Questionado quando a Usiminas voltará a pagar dividendos aos acionistas, o vice-presidente financeiro da siderúrgica, Ronald Seckelmann, comentou que em 2018 não haverá pagamentos relevantes e que a empresa espera retomar a distribuição de lucro aos investidores em 2019.

Por enquanto, a prioridade é reduzir o custo da dívida que empresa renegociou com bancos no final de agosto.

"Queremos sair dessa renegociação de dívida rápida. É uma dívida cara, de três pontos acima do CDI", disse Seckelmann durante o encontro com analistas e investidores.

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