Trabalhadores da indústria siderúrgica da Usiminas: BES lembra que a mineradora tem com a MMX um contrato para a exportação de minério via Porto do Sudeste, em Itaguaí (RJ) (Kiko Ferrite/EXAME)
Da Redação
Publicado em 23 de julho de 2013 às 19h37.
Rio - A Usiminas seria a siderúrgica para quem faria mais sentido a compra do Porto do Sudeste, da MMX, aponta um comentário da analista Catarina Pedrosa, em relatório do Banco Espírito Santo (BES) distribuído a clientes. O BES considera o Porto do Sudeste como um dos ativos de valor do grupo X, de Eike Batista, principalmente por estar com mais de 50% das obras concluídas e ter contratos fechados de exportação de minério.
"Acreditamos que, apesar do fato de ter um terminal exportador de aço em São Paulo, (a Usiminas) seria a mais provável candidata ao porto", escreve a analista. Além da Usiminas, companhias como Gerdau e ArcelorMittal, donas de minas no País, são apontadas no mercado como potenciais interessadas. A capacidade inicial de embarque do Porto do Sudeste será de 50 milhões de toneladas de minério por ano, mas poderá chegar a 100 milhões de toneladas.
O BES lembra que a Usiminas tem com a MMX um contrato para a exportação de minério via Porto do Sudeste, em Itaguaí (RJ). O acerto é válido por cinco anos, prorrogáveis por mais cinco, e prevê a exportação gradual de 3 milhões a 12 milhões de toneladas de minério de ferro por ano. Outro ponto levantado pela analista do BES é que o negócio faria sentido porque a Usiminas tem um terreno ao lado do porto, onde pretende construir uma área de armazenagem.
O atraso da operação do Porto do Sudeste pode ferir o acordo logístico firmado para o escoamento do minério da Usiminas. Pelo contrato, a siderúrgica tem o direito de cobrar uma multa, caso a MMX deixe de realizar embarques, mas a Usiminas declarou que tentará uma solução amigável com a mineradora do grupo EBX. Os embarques da companhia só devem ser afetados a partir de setembro ou outubro, quando começa a operar o Projeto Friáveis de minério de ferro da Usiminas, em Serra Azul (MG).
No comentário, a analista aponta que seria difícil avaliar se a compra do ativo seria positiva para a companhia, o que depende do preço, mas considera o ativo atraente. Indagada se a atual situação de caixa da Usiminas permitiria uma oferta pelo porto, a analista disse ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que isso passa pelas condições do negócio, como uma eventual participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Ao fim do primeiro trimestre de 2013, a dívida líquida da Usiminas era de R$ 5 bilhões ou 3,4 vezes o Ebitda, nível bastante elevado. Catarina acredita que a tendência é que o nível se reduza um pouco no segundo trimestre, já que a empresa encerrou um ciclo de investimentos em siderurgia.
A Usiminas terá uma produção de 12 milhões de toneladas de minério de ferro até o fim do ano, mas seus planos preveem um salto para até 29 milhões de toneladas nos próximos anos.