Mateo Semerene, da AltScore: vamos crescer 300% em 2024 (AltScore/Divulgação)
Repórter de Negócios
Publicado em 10 de setembro de 2024 às 09h00.
Última atualização em 10 de setembro de 2024 às 11h56.
O mercado brasileiro deve receber nos próximos meses mais uma fintech, a AltScore. Criada no Equador em 2021, a startup é uma plataforma que ajuda grandes companhias na oferta de empréstimos à sua base de clientes, aproximando-os de instituições financeiras.
A partir da ferramenta, empresas como a Coca-Cola e o Grupo Arcor, dono de marcas como Tortuguita e 7 Belo, fazem a integração dos sistemas para oferecer empréstimos à sua base, como lojistas e pequenos comércios. Os produtos vão desde a análise de crédito à gestão de empréstimos e cobranças.
Mais de 25 clientes usam a ferramenta, distribuídos por países como México, Colômbia, Equador, Guatemala, e Argentina. Em geral, são grandes companhias, com faturamento anual que supera US$ 50 milhões por ano.“Esse é o tipo cliente ideal nosso porque já tem canais de venda e uma posição de mercado muito fortes para conseguir investir na nossa solução”, afirma Mateo Semerene, co-fundador e COO da startup.
Na outra ponta do modelo, estão pequenos negócios, que demandam valores entre R$ 1 mil a 10 mil reais em empréstimos de curto prazo para girar o estoque.Nascida no Equador, a operação adotou a Cidade do México, capital do México, como sede. A AltScore foi fundada pelos equatorianos Andrés Pérez e Mateo Semerene. O primeiro, phd em matemática e especialista em criar metodologias de análise de crédito; o segundo, com experiência em vendas e mercado de venture capital.
Aos dois, se juntaram o brasileiro Paulo Renato, CTO, e o também equatoriano Joaquín Dávalos, com passagens por áreas de crédito de bancos como o Produbanco e o Kushki.
A velocidade atraiu novos investidores. Após uma rodada seed em maio de R$ 19 milhões, a startup está anunciando uma nova captação no valor de R$ 47 milhões.
A rodada série A foi liderada pela americana Haymaker Ventures, com participação da BuenTrip Ventures, Caffeinated Capital, FarOut Ventures, TechStars.
Participou ainda a Kamay Ventures, com cerca de R$3,5 milhões. Este é o terceiro aporte do fundo de origem argentina, que funciona com uma estrutura de corporate venture capital (CVC) e recebeu investimentos da Coca-Cola, Grupo Arcor e também da Bimbo, rede mexicana de alimentos e panificação.
“Ao oferecer soluções de crédito para melhorar os serviços financeiros oferecidos para PMEs, a AltScore ajuda a otimizar as operações de negócios de grandes corporações que dependem dessas pequenas empresas como parte de suas redes de suprimento e distribuição”, afirma Antonio Peña, managing partner da Kamay Ventures.
Os valores serão usados essencialmente para aprimorar os sistemas e a tecnologia dos produtos. Em paralelo, caminha a estratégia de reforçar a máquina de vendas para escalar o modelo de negócios. Neste percurso, a expectativa é de que o time cresça dos atuais 25 para mais de 40 profissionais.
A mudança de patamar anda lado a lado com a meta de entrar no Brasil, mercado no qual a startup está em negociação com alguns clientes. “Nós vamos entrar no Brasil, só não consigo cravar a data, mas é em breve. Apesar de termos uma operação remota, faz sentido, pelo tamanho do país, nós termos um escritório. Nós vemos muitas oportunidades no Brasil”, diz Semerene.