Negócios

US Airways pede concordata pela segunda vez, apesar da ajuda oficial

A companhia aérea havia recebido em março de 2003 o maior empréstimo do programa governamental de socorro financeiro ao setor, abalado pelos atentados terroristas em 2001. Para o Financial Times, a Delta pode ser a próxima concordatária

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

A US Airways pediu concordata pela segunda vez em dois anos, apesar da ajuda bilionária do governo americano. Confirmando a expectativa do mercado, a empresa aérea apelou neste domingo (12/9) ao capítulo 11 da legislação societária americana, o que define as regras de proteção e recuperação de companhias em apuros com seus credores. Em 2003, o governo americano emprestou 1 bilhão de dólares à empresa. O apoio foi o maior concedido pelo Comitê de Estabilização do Transporte Aéreo, criado depois do 11 de setembro de 2001 para socorrer o setor. De acordo com o jornal britânico Financial Times desta segunda-feira (13/9), com isso a empresa "faz história" ao disparar o maior default de todos os tempos de um empréstimo oficial.

A fabricante brasileira de aviões Embraer é uma das credoras da US Airways. A americana encomendou 85 aviões do modelo 170 de 70 assentos em maio do ano passado, em um acordo de 2,1 bilhões de dólares. Em nota, a companhia dos Estados Unidos disse que deve à Embraer 1,47 bilhão de dólares por encomendas futuras. A assessoria de imprensa da Embraer afirmou que a empresa entregou 12 aviões da encomenda total para a US Airways no primeiro semestre deste ano.

Outra credora é a fabricante canadense de aviões Bombardier - uma das principais concorrentes da Embraer. A canadense afirmou em comunicado que seu cronograma de entrega de aeronaves à US Airways não será afetado pela concordata.

Dificuldades

A US Airways sofre para superar a longa crise financeira por causa da concorrência acirrada, especialmente com as operadores de baixo custo como a Southwest, lembra o Financial Times. É o mesmo caso da Varig, que na iminência de tornar-se insolvente enfrenta a discussão sobre uma ajuda governamental (clique aqui e leia a reportagem da revista EXAME sobre a crise da Varig).

Além disso, a US Airways tem de enfrentar a alta dos combustíveis, com gastos 300 milhões de dólares acima do previsto. Finalmente, fracassou nas negociações com os sindicatos para eliminar cerca de 800 milhões de dólares em salários, benefícios e abonos. Feitas as contas, a US Airways teria 8,7 bilhões de dólares em dívidas e 8,8 bilhões em ativos.

De acordo com o Financial Times, a US Airways pode ser acompanhada em breve pela Delta, sua maior rival. Se isso for confirmado, cerca de 42% do setor de transporte aéreo nos Estados Unidos estará concordatário até o fim do ano, uma vez que a United, a segunda maior, permanece operando sob as regras do capítulo 11. Até hoje, o pior momento para a aviação civil americana tinha sido o início dos anos 90, quando a proporção do mercado nestas condições chegou a 19%.

Segundo o Financial Times, a companhia aérea vai para sua segunda concordata em pior condição do que na primeira vez, gerando receios de que pode falir. A US Airways é a sétima maior companhia aérea dos Estados Unidos e tem 28 mil empregados.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Negócios

O segredo das marcas que mais convertem está neste tipo de conteúdo

Na guerra do delivery, 99Food faz 1 milhão de entregas em 45 dias. Próxima parada: São Paulo

Jovem de 29 anos de um bairro pobre de Londres ficou milionário ao vender sua empresa de marketing

Empresário falido de 39 anos ficou milionário vendendo pedras como animais de estimação