Terminal de embarque da United Airlines: comercial da companhia foi alvo de piadas no festival de cinema de Tribeca (Scott Olson/Getty Images)
Tatiana Vaz
Publicado em 30 de abril de 2017 às 08h00.
Última atualização em 30 de abril de 2017 às 08h00.
São Paulo – Definitivamente, o mês de abril de 2017 ficará na história como o período de maior turbulência de imagem para a companhia área United Airlines.
Além de protagonizar a expulsão na marra de um passageiro em um voo, e o consequente escândalo gerado pela ação, a americana ainda enfrentou outros casos polêmicos, como o de um escorpião em uma viagem e a morte de um coelho de futuro promissor em outra.
Na quinta, dia 27, a companhia se comprometeu publicamente a reduzir o overbooking em voos e a oferecer até 10.000 dólares aos passageiros que cederem voluntariamente seu assento quando o avião estiver cheio.
As medidas formam parte de uma série de 10 ações adotadas pela companhia aérea americana ao término de uma auditoria interna sobre a expulsão à força do passageiro.
A seguir reunimos as sequências de escândalos envolvendo a companhia em abril. Confira:
No domingo de 9 de abril, a companhia precisava embarcar quatro tripulantes no voo 3411, entre Louisville e Chicago, e ofereceu 1.000 dólares aos passageiros que cedessem lugar.
Sem sucesso, decidiu escolher de forma aleatória quais seriam os clientes pagantes que teriam de dar lugar e, frente a recusa de um deles, a companhia decidiu tirá-lo à força.
O médico David Dao de 69 anos, que já iniciou uma ação legal contra a empresa, foi agredido e humilhado publicamente com o mundo como testemunha – ele quebrou o nariz e perdeu um dente, apontou um diagnóstico divulgado agora de tarde.
E ainda foi chamado de beligerante pelo CEO da United em um e-mail interno enviado aos funcionários, parabenizados pela atitude correta, naquele momento.
O vídeo de Dao arrastado correu o mundo e, depois dele, outros ângulos da cena foram mostrados, deixando claro que o passageiro (nem ninguém, jamais) merecia passar por aquilo.
No mesmo dia em que Dao foi retirado à força de um de seus voos, outro passageiro da United levou uma picada de escorpião a bordo de uma outra aeronave.
O passageiro era Richard Bell, que viajava com a esposa Linda Bell, de Houston, nos Estados Unidos, para Calgary, no Canadá. “Enquanto eu estava comendo, alguma coisa caiu no meu cabelo do compartimento de bagagens acima de mim”, disse à rede canadense CBC.
Segundo Bell, a equipe de comissários imediatamente prestou auxílio ao casal, retirando-os de seus assentos originais. Eles também fizeram ligações para descobrir se o escorpião era venenoso ou não.
A esposa dele, Linda, contou que a United ofereceu crédito em viagem ao casal por causa do acontecido, e que eles aceitaram. Eles não pretendem processar a companhia aérea.
Uma semana depois, uma nova polêmica: a companhia aérea teria expulsado um casal que viajava para realizar seu casamento.
Michael Hohl e Amber Maxwell viajariam de Houston, no Texas, para a Costa Rica, onde o evento aconteceria. Eles disseram à emissora norte-americana Khou, da CBS, que subiram no avião e encontraram em seus assentos um passageiro cochilando no lugar.
Em vez de acordarem o rapaz, acomodaram-se em lugares à frente, já que o voo estava relativamente vazio – inclusive, parte dos passageiros do mesmo eram convidados do casamento que viajariam com eles, segundo o relato.
Questionado por uma aeromoça, o casal voltou aos lugares corretos, mas acabou sendo escoltado e expulso momentos depois com a alegação de que estavam causando desordem e perigo para o restante do voo e que a ação era uma medida de segurança.
Para a Reuters, a companhia desmentiu o fato e disse que o casal tentou repetidamente se sentar em assentos melhores que os que haviam sido comprados, além de não seguir as instruções da tripulação para retornar aos assentos designados.
Um novo percalço surgiu no dia 26, quando um coelho gigante morreu no porão de um Boeing 767 da United Airlines em um voo entre Londres e Chicago.
Chamado Simon, este coelho de 10 meses media cerca de 90 centímetros. Filho de Darius, o maior coelho do mundo (1,32 metro), Simon deveria sucedê-lo e estabelecer um novo recorde, de acordo com Annette Edwards, que os criou.
Ela assegurou que Simon estava “muito bem de saúde” e havia passado por um exame médico três horas antes do voo. “Algo estranho aconteceu, e quero saber o que”, disse ao tablóide britânico The Sun.
A criadora afirmou que já havia enviado coelhos “para várias partes do mundo” e que “nada parecido” jamais aconteceu.
Ela indicou que “o cliente que comprou Simon é muito famoso. E está furioso”.
Durante sessões de filmes no festival de Tribeca, importante festival de cinema em Nova York, a United veiculou sua campanha, que divulga a cara e exclusiva “Polaris business class”.
Porém, depois de três dias de transmissão e incessantes risadas e ridicularizações por parte do público, a companhia decidiu abandonar o comercial e parar de transmiti-lo.