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Como funciona o unicórnio que promete ser a 'Loft' dos carros no Brasil

Roger Laughlin, cofundador e diretor executivo no Brasil, explica detalhes da operação que investirá R$ 2,5 bilhões

 (Kavak/Divulgação)

(Kavak/Divulgação)

GA

Gabriel Aguiar

Publicado em 27 de julho de 2021 às 18h50.

Última atualização em 28 de julho de 2021 às 17h27.

Se o mercado de carros seminovos e usados já superou o período pré-pandemia – com média de vendas diárias 7,5% maior, de acordo com a Fenauto –, o cenário atraiu novas empresas ao mercado. Esse é o caso da Kavak, primeiro unicórnio mexicano, que chegou ao nosso país com a promessa de investir mais 2,5 bilhões de reais nos próximos meses. E a meta? Vender 50 mil carros até o fim de 2022.

Mais que comprar e vender carros

“Mais que uma plataforma, oferecemos uma solução 360° para comprar, vender e gerir. E, além disso, a gente acompanha a jornada do cliente depois da negociação, oferecendo manutenção e garantia para o veículo durante dois anos. Qualquer questão relacionada a ser dono de automóvel, nós solucionaremos para o cliente”, afirma Roger Laughlin, cofundador e diretor executivo da empresa no Brasil.

Roger Laughlin Kavak

Roger Laughlin, cofundador e diretor executivo da Kavak no Brasil (Kavak/Divulgação)

Mesmo que o lançamento tenha sido feito agora, a Kavak já está presente no país desde outubro do ano passado. E, de lá para cá, foram criados 300 mil metros quadrados de instalações, com seis lojas próprias em São Paulo (SP), além de um centro de recondicionamento para mecânica e estética. Só que os planos de expansão preveem elevar a infraestrutura para 1 milhão de metros quadrados e 20 lojas.

“É um negócio que ainda depende muito da estrutura física, apesar de ser digital. Estamos construindo o maior centro de recondicionamento da América Latina, que é maior até que nossa instalação no México. Também passaremos de 500 funcionários, que temos atualmente, para 1.000 até o fim deste ano. E, até o fim do ano que vem, temos planos de comprar mais de 100.000 automóveis”, diz Laughlin.

Garantia de 2 anos e direito a devolução

Todos os veículos disponíveis na plataforma da Kavak são inspecionados pela própria empresa – seja nos centros de atendimento ou na casa do vendedor – processo que dura até 45 minutos. De acordo com o executivo, todas as unidades são certificadas e devem atender requisitos de qualidade antes das vendas. Por esses motivos, são oferecidos garantia e direito à devolução em sete dias ou até 300 km.

“Quatro a cada dez brasileiros sofrem com algum tipo de problema na compra. Seja insegurança ou falta de transparência. E esse mercado [de seminovos e usados] que ainda sofre com fraudes, vícios ocultos e problemas do próprio carro. Nosso propósito é transformar completamente essa experiência de compra e nós estamos focados em trazer soluções por meio de tecnologias, pessoas e infraestrutura”.

Mas não pense que a Kavak ficará responsável pela intermediação – como é o caso de Autoline, iCarros e Webmotors, por exemplo. Isso porque boa parte da receita virá justamente da margem entre compra e venda dos veículos. Para definir preços, foi desenvolvido um algoritmo que analisa dados de mercado, além das condições específicas de cada unidade, como quilometragem, cores e conservação.

Loja Kavak

Expansão: empresa já prevê 20 lojas próprias até o fim de 2020 (Kavak/Divulgação)

Seguro, serviços, documentações e manutenções

“Estamos construindo novas fontes [de renda] ao acompanhar toda a jornada do cliente. Nós queremos solucionar qualquer tema que esteja relacionado à propriedade, como seguro, serviços, documentações e manutenções. Isso cria novas oportunidades. Não é que, obrigatoriamente, ganharemos mais dinheiro com essas fontes. Mas elas reduzem a nossa dependência da margem das negociações”, diz.

Entre as previsões do venezuelano Roger Laughlin (que já morou no Brasil por quatro anos), o unicórnio também poderá ganhar mais dinheiro com base no conhecimento dos próprios clientes. Ou seja: em vez de comprar todos os carros disponíveis no catálogo, a Kavak acompanhará consumidores que utilizam a plataforma e entrará em contato sempre que surgir algum interessado pelo veículo particular.

“Em vez do inventário físico da nossa empresa, oferecemos uma opção de terceiro. E já mostramos uma opção de troca, dentro do nosso catálogo, que talvez se adapte mais às mudanças de vida. Faremos que essa experiência seja one click, para esquecer os impactos de vender, perder dinheiro e pagar mais para comprar outro carro. Daria para refinanciar, por exemplo, e só pagar uma pequena diferença”.

Atualmente, a empresa tem 2.500 veículos disponíveis e já espera chegar a 3.000 nas próximas semanas – no mês que vem, também serão inauguradas mais três lojas. Não foi revelado o faturamento estimado para a operação brasileira, o que, de acordo com o diretor executivo “pode gerar uma expectativa”. Mas a matriz mexicana, após cinco anos de mercado, vendeu cerca de 3.000 carros ao mês em 2020.

 

 

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