Ambição: UA quer faturar US$ 7,5 bilhões e ser uma das três maiores marcas do mundo até 2018 (Matthew Holst/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 30 de setembro de 2015 às 18h58.
Última atualização em 10 de fevereiro de 2017 às 14h52.
São Paulo – Quando o então jogador de futebol americano universitário Kevin Plank decidiu criar, em 1996, camisetas de compressão, leves e de rápida absorção, para a prática de esportes, ele sabia que teria um belo mercado para explorar pela frente.
Mas não fazia ideia de que, em tão pouco tempo, conquistaria o segundo lugar no pódio das marcas de maior faturamento do setor nos Estados Unidos, atrás da Nike e na frente da Adidas.
Agora, sua ambição é maior: ser uma das três mais poderosas do setor de artigos esportivos do mundo.
Isolado, seu resultado é pequeno comparado ao da maior rival – enquanto a UA espera fechar o ano com US$ 4 bilhões em faturamento, o estimado para a Nike gira em torno de US$ 30 bilhões.
Ainda assim, se considerado o rápido crescimento da empresa, fica fácil entender por que ela acha que a competição é questão de tempo.
Em 2006, quando a abertura de capital da fabricante aconteceu, sua receita era de US$ 450 milhões. Desde então, as vendas crescem cerca de 30% a cada trimestre.
Os patrocínios também são miolionários. Entre seus atletas globais está Tom Brady, Michael Phelps, além de Gisele Bündchen.
Por prever continuar crescendo nesse ritmo, o plano da empresa é chegar ao patamar de US$ 7,5 bilhões em faturamento até 2018.
Até lá, Plank engorda sua fortuna, estimada em US$ 3,8 bilhões pela Forbes, o que o torna a o 145º bilionário mais rico do mundo.
Lugares diversos
O Brasil está na lista de países a serem conquistados desde 2013, quando a empresa traçou seu plano de expansão para além dos EUA.
A inauguração de seu primeiro Outlet amanhã, dia 1º de outubro, no interior paulista, bem como a abertura de lojas próprias e o lançamento recente de sua loja virtual são mostras disso.
Desde maio, a marca ainda patrocina o São Paulo Futebol Clube, além de outros campeonatos e atletas. Também ampliou o número de pontos de vendas de 70, em 2013, para os atuais 1.200.
A intenção é estar em outros dois outlets até o final deste ano, em São Paulo e Rio de Janeiro, além de patrocinar outros profissionais.
“Não abrimos números locais, mas posso dizer que triplicamos de tamanho neste período”, disse Fernando Reani, diretor comercial da UA no Brasil a EXAME.com.
As categorias de esportes trabalhadas no país também aumentaram desde 2013. Se antes apenas treino e corrida eram o foco, itens de outras modalidades, como futebol e vôlei, ganharam espaço desde então.
Fabricação local
O patrocínio ao SPFC também fez com que a empresa passasse a fabricar parte de seus produtos no Brasil. Hoje, 80% dos itens vendidos são importados - antes, todo o portfólio era.
Nos demais países em que atua, a UA também traz de fora a maioria do que vende. A maior parte da fabricação é concentrada na China.
Na mesma época em que começou a investir no país, a companhia decidiu conquistar os três principais mercados de cada continente.
Na América, além do Brasil, a empresa apostou no Chile e México. Na Europa, Alemanha, França e Reino Unido e, na Ásia, Coreia do Sul, China e Japão.
Apostar em expansão em meio à crise econômica traz o risco de a variação cambial atrapalhar os negócios.
Porém, a UA acredita que, com dinheiro em caixa, é possível aproveitar as oportunidades.
“Além do que, queremos ter relações duradouras com esses mercados e sabemos que temos muito espaço para crescer”, afirma Reani.