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A GE Celma conquista novos clientes pela rapidez

A Celma, criada na década de 50 e comprada pela GE nos anos 90, consegue o menor prazo na revisão de turbinas, de 65 dias, contra 80 na média global


	Na fábrica da subsidiária brasileira, as cerca de 10 mil partes que compõem uma turbina de avião são desmontadas, revisadas, reparadas e montadas
 (Germano Luders, EXAME)

Na fábrica da subsidiária brasileira, as cerca de 10 mil partes que compõem uma turbina de avião são desmontadas, revisadas, reparadas e montadas (Germano Luders, EXAME)

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Da Redação

Publicado em 20 de julho de 2015 às 10h27.

Petrópolis - As turbinas da frota da Fedex, empresa americana líder em carga postal, percorrem 8 mil km para fazer sua revisão periódica na oficina da GE Celma, em Petrópolis (RJ).

A empresa de entregas expressas até poderia mandar as peças para revisão em uma unidade da GE Aviation nos EUA, a menos de 900 km, mas prefere fazer o serviço no Brasil.

As peças chegam pelo aeroporto de Viracopos, em Campinas, seguem de caminhão até o porto seco de Resende, no Rio, e, de lá sobem a serra fluminense até Petrópolis.

Na fábrica da subsidiária brasileira, as cerca de 10 mil partes que compõem uma turbina de avião são desmontadas, revisadas, reparadas e montadas novamente para depois fazer o caminho inverso até o hangar da companhia americana.

O que convence a Fedex - e várias outras estrangeiras, dos Estados Unidos à Coreia do Sul - a optar pela unidade do interior do Rio é a agilidade.

Mesmo com toda essa ginástica logística, a Celma, fundada na década de 50 e comprada pela GE nos anos 90, consegue o menor prazo da GE Aviation na revisão de turbinas, de 65 dias, contra 80 na média global - considerando a data da retirada e devolução da peça na porta do cliente.

Há quatro anos, a unidade brasileira estreou na produção de turbinas para atender exclusivamente a Embraer.

Excelência na revisão da peça, a empresa ainda precisa se provar na área de montagem e tem agora o seu mais novo desafio: produzir os motores para o avião ARJ21, da estatal chinesa Comac, concorrente da Embraer, feitos até maio pela fábrica da GE nos Estados Unidos.

Duas turbinas já chegaram a Xangai no início do mês, e a terceira está em produção em Petrópolis. O contrato inicial prevê a entrega de 30 unidades.

Ocupação

Enquanto as turbinas para revisão formam fila à espera de um espaço na oficina, a divisão de montagem opera com apenas 30% de sua capacidade e representa somente 1% da receita da unidade. "Tínhamos uma projeção de mercado para a aviação que não se concretizou para os últimos anos. A montadora é competitiva. Mas pode ser mais com uma ocupação mais alta", disse o presidente da GE Celma, Julio Talon.

Ao trazer o motor da Comac para a fábrica de Petrópolis, a GE Aviation matou dois coelhos com uma tacada só. Além de ocupar a fábrica fluminense, a companhia liberou espaço na unidade dos Estados Unidos para o desenvolvimento de novos produtos.

Para a GE Celma, o contrato com a Comac é uma prova de fogo para mostrar se também pode ser competitiva na montagem de motores.

Diversificar a clientela é um imperativo para a unidade brasileira. A GE Celma já sabe que, no longo prazo, não poderá contar com a Embraer para encher sua montadora.

A fabricante brasileira de aeronaves anunciou há dois anos a escolha de um motor concorrente, da Pratt & Whitney, para equipar a sua segunda geração de jatos, o E2, que chega ao mercado em 2018.

Os jatos de primeira geração, que usam o motor brasileiro, serão produzidos até 2020. "O contrato com a Embraer foi a porta de entrada da GE Celma para fabricar turbinas novas. Sabíamos que se fôssemos bem-sucedidos outros projetos viriam", conta Talon. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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