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Uma empresa como a Vale não deveria ter dívida, diz CEO

Presidente da mineradora quer reduzir dívida de US$ 22 bilhões para US$ 17 bilhões

Vale: companhia depende muito de minério de ferro, disse o presidente (Vale/Divulgação)

Vale: companhia depende muito de minério de ferro, disse o presidente (Vale/Divulgação)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 27 de julho de 2017 às 17h05.

Última atualização em 27 de julho de 2017 às 17h06.

São Paulo - A dívida líquida da Vale atingiu 22,12 bilhões de dólares no segundo trimestre de 2017. Por estar na moeda estrangeira, valorização do dólar em relação ao real impactou a dívida e foi uma das principais causas para a queda do resultado da mineradora.

O lucro líquido da Vale no segundo trimestre do ano somou 60 milhões de reais, recuo de 98,3% em relação ao observado no mesmo intervalo do ano anterior.

Por isso, para tornar a empresa mais sustentável e saudável, a mineradora tem planos para reduzir o endividamento para 15 a 17 bilhões de dólares.

No entanto, a redução de quase um terço da dívida não é o suficiente para Fábio Schvartsman, presidente da companhia desde maio deste ano.

"Uma dívida de 15 bilhões de dólares ainda é muito alta. Vamos continuar perseguindo números menores", afirmou ele, em conferência à imprensa sobre os resultados trimestrais.

A companhia depende muito de minério de ferro, disse o presidente, uma commodity muito volátil. Cerca de 50% do faturamento vem desse único mineral.

Por isso, Schvartsman declara que "não faz nenhum sentido a empresa carregar uma dívida, com esse grau de volatilidade no seu principal produto. É muito perigoso".

No intuito de diminuir a dependência da commodity, a Vale está realizando uma pesquisa para diversificar seus negócios.

Mudança de estratégia

A estratégia para o níquel será modificada. Em vez de continuar investindo em novas plantas e em aumentar a capacidade de produção, a ordem agora é tornar o negócio rentável.

Grande parte do dinheiro alocado até então era tendo em vista a melhora futura do preço do níquel. "Vamos parar de sonhar com um preço que não existe e que ninguém tem condições de fazer acontecer e transformar a exploração do níquel em um negócio viável com o preço que temos hoje", disse o presidente.

Já o cobre, cada vez mais escasso e necessário, será foco de investimentos da empresa. "É o extremo oposto do níquel. Temos grande oportunidade de transformar a divisão em rentável", afirmou.

A visão de rentabilidade já tem seus primeiros reflexos no balanço da companhia. No trimestre, os investimentos totalizaram 894 milhões de dólares, menor número desde 2006. O objetivo é reduzir ainda mais o Capex para 2018.

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