Em destaque, a jornalista Rosana Jatobá. Da direita para a esquerda: Cristiane Foja, presidente-executiva da ABRABE; Marcos Evandro Lins da Rocha Jr., gerente de logística da Pitú; Daniela Di Fiori, Diretora de Relações Externas da Diageo; Felipe Antunes, coordenador do Comitê de Sustentabilidade da ABRABE e sócio-diretor da Consultoria Multiprest; e Maurício Godinho, sócio-líder para Alimentos e Bebidas na KPMG. (ABRABE/Divulgação)
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Publicado em 21 de dezembro de 2021 às 10h00.
Última atualização em 21 de dezembro de 2021 às 10h10.
A Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe), entidade que reúne todas as categorias de bebidas alcoólicas, como destilados, vinhos, cachaças e cervejas, acaba de lançar seu primeiro Relatório de Sustentabilidade.
O trabalho, em parceria com a KPMG, mostra que 57% das companhias do setor apresentam iniciativas voltadas para as melhores práticas de ESG, enquanto 83% adotam alguma iniciativa de reciclagem e 69% já apresentam ações para redução de resíduos sólidos.
“Esse estudo é uma ferramenta poderosa de medição para que o setor planeje sua rota e continue evoluindo suas práticas no objetivo de um ambiente mais sustentável e cada vez mais conectado com as demandas da sociedade e do planeta”, destaca Cristiane Foja, presidente executiva da Abrabe.
Os números foram apresentados durante o evento virtual “Perspectivas da Sustentabilidade no Setor de Bebidas”, que contou com apresentação da jornalista Rosana Jatobá e a participação de representantes do setor.
Durante o encontro, Rosana destacou a pesquisa “10 tendências mundiais de consumo”, da Euromonitor, que aponta que os líderes de sustentabilidade de hoje estão utilizando novos modelos de negócios circulares que visam oferecer mais – utilizando menos – por meio de compartilhamento, reutilização, reposição e aluguel.
Ela também chamou a atenção para um aumento da conscientização ambiental, especialmente entre as gerações mais jovens. “Os millennials e a geração Z estão muito preocupados com legado e propósito”, disse Rosana. “Eles não querem mais possuir um objeto; estão mais preocupados com a experiência para mitigar seus impactos sociais. São consumidores que estão adotando a sustentabilidade por meio de produtos mais duradouros.”
Essa tendência vai ao encontro dos resultados de dois programas coordenados pela Abrabe: o Glass is Good, que tem como missão apoiar a logística reversa do vidro, um resíduo infinitamente reciclável e reutilizável; e o Ecogesto, focado em cooperativas.
Juntos, os dois programas recuperaram, só no ano passado, 77.000 toneladas de embalagens pós-consumo e mais de 35.000 toneladas de vidro. Entre as empresas que participaram da pesquisa, 31% adotam embalagens retornáveis de vidro em seu portfólio de produtos, variando a taxa de reutilização entre 53% e 100%.
Vale lembrar que 73% das embalagens de bebidas alcoólicas dentre as 35 associadas da Abrabe são de vidro, um resíduo infinitamente reutilizável, mas que ainda tem potencial para melhorar sua taxa de reciclagem (40%) em relação ao alumínio (98%).
Os números levantados pela Abrabe em parceria com a KPMG mostram avanços também no que diz respeito à preocupação com o meio ambiente.
Ao todo, 46% das associadas possuem iniciativas de redução e gestão de consumo de energia e 56% trabalham na diminuição das emissões de gases de efeito estufa.
A preocupação se estende ao consumo responsável da água – um dos principais ingredientes das bebidas alcoólicas. Segundo o documento, 34% das empresas apresentam meta de redução de consumo, como a recuperação de 60% da água de lavagem dos vasilhames e 72% delas têm iniciativas de reúso.
Outra boa notícia é o fato de 31% das empresas responderem que publicam relatório anual de sustentabilidade e 37% levarem em consideração os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU durante a elaboração de políticas corporativas – uma realidade diferente de 2019, quando esses números eram de 26% e 31%, respectivamente.
O relatório mostra ainda que 20% das associadas têm como meta ampliar a diversidade em seu quadro de colaboradores – o dobro em relação a 2019, quando apenas 9% diziam ter estabelecido regras para implementar práticas como o combate à homofobia e a participação feminina em posições de liderança.
Inspirada na realidade do “Glass is Good”, universo da reciclagem do vidro no qual 57% da liderança é feminina, a Abrabe criou um programa de diversidade de gênero para influenciar as demais cooperativas parceiras a alcançarem, até 2030, a meta de terem 50% de mulheres em cargos de liderança.
Com todos os indicadores de sustentabilidade reunidos em um único documento setorial, o próximo passo da Abrabe será planejar melhorias – e, assim, acompanhar ano a ano os avanços de seus associados e o impacto de seus programas.
“Agora, nosso comitê de sustentabilidade poderá enxergar o horizonte do setor, planejar e inspirar, de forma que o bloco de empresas possa se desafiar a ir mais longe”, diz Cristiane. “Nosso objetivo é contaminar uns aos outros com esse mindset de medir, mudar a realidade e evoluir.”