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UBS estuda aquisição de gestor de fortunas no Brasil

Segundo CEO, banco quer multiplicar por sete o tamanho do negócio até 2020


	Recepção da área de gestão de riquezas do banco UBS em Londres, Reino Unido
 (Chris Ratcliffe/Bloomberg)

Recepção da área de gestão de riquezas do banco UBS em Londres, Reino Unido (Chris Ratcliffe/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 4 de agosto de 2014 às 17h40.

São Paulo - O UBS, o maior banco suíço, está estudando a compra de uma empresa de gestão de riquezas no Brasil para multiplicar por sete o tamanho do negócio até 2020, disse Sylvia Coutinho, CEO da unidade brasileira do banco.

“Estamos à procura de oportunidades de aquisição no mercado brasileiro”, disse a executiva, em 31 de julho, em sua primeira entrevista desde que assumiu o cargo, em junho de 2013.

O UBS planeja contratar mais pessoas para seu negócio de gestão de riquezas e abrir escritórios no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte para atender clientes ricos mais de perto se não puder encontrar uma firma para comprar, disse ela.

“O foco serão os clientes de renda mais alta, com R$ 5 milhões (US$ 2,2 milhões) ou mais para investir com a gente”, disse Sylvia, que anteriormente foi diretora de banco de varejo e gestão de riquezas para a América Latina do HSBC Holdings.

O UBS está expandindo a gestão de riquezas nos mercados emergentes e na Ásia enquanto recua no setor de banco de investimento e deixa a maior parte dos negócios de comercialização de dívidas em meio a exigências mais estritas de capital.

A empresa com sede em Zurique foi classificada como a maior gestora de riquezas do mundo pelo segundo ano seguido depois que o total de ativos sob sua gestão subiu 15 por cento, para US$ 1,97 trilhão, segundo um relatório do mês passado da Scorpio Partnership, empresa de consultoria com sede em Londres.

O Credit Suisse Group AG também decidiu expandir suas operações de gestão de riquezas no Brasil abrindo escritórios fora de São Paulo, em Belo Horizonte e Porto Alegre, e está formando parcerias com os principais gestores de fundos locais, disse José Olympio Pereira, CEO do banco no Brasil.

Em março, a Julius Baer Group, que tem sede em Zurique, conquistou clientes brasileiros aumentando sua participação na GPS Investimentos Financeiros e Participações de 30 por cento para 80 por cento.

Meta de receita

O setor de gestão de riquezas do Brasil tinha R$ 591,4 milhões em ativos sob gestão até março, um incremento de 3 por cento em relação a outubro, segundo a Anbima, a associação de mercados de capitais do país.

O UBS tem R$ 6 bilhões no negócio de private banking no Brasil, contra R$ 65 bilhões do Credit Suisse, disseram os bancos.

O UBS era um grande player do setor de gestão de riquezas no Brasil antes de comprar o Banco Pactual SA do bilionário André Esteves, em 2006, por US$ 3,5 bilhões, para expandir-se no segmento de banco de investimentos.

Três anos depois, o UBS vendeu o Pactual de volta para Esteves, incluindo o negócio de gestão de riquezas, por US$ 2,5 bilhões.

O UBS tentou comprar a unidade de gestão de riquezas do BNP Paribas SA no Brasil em outubro de 2012, disse uma fonte com conhecimento direto do assunto na época. O negócio não se concretizou.

O setor de gestão de riquezas atualmente tem um peso pequeno sobre as receitas brasileiras do banco, disse Sylvia, preferindo não revelar números.

O objetivo é que a participação da área cresça para 50 por cento até 2020, expandindo os ativos sob gestão para R$ 42 bilhões, disse ela.

Link Investimentos

A corretora é o setor que mais contribui com a receita do UBS no Brasil, disse Sylvia, sem fornecer números. A aposta nas negociações de alta frequência ajudou o banco a superar o rival suíço Credit Suisse no mercado de ações no Brasil pela primeira vez neste ano.

O UBS negociou R$ 221 bilhões em títulos e opções de títulos na BM&FBovespa até junho, segundo dados compilados pela bolsa, ampliando sua participação de mercado para 13,8 por cento, contra 11,4 por cento para todo o ano de 2013.

O Credit Suisse, que tinha uma participação de mercado de 12,1 por cento e R$ 193 bilhões nos seis primeiros meses, dominava as negociações antes de o UBS comprar a Link Investimentos, que tem sede em São Paulo, no ano passado, operação que lhe deu a corretora de mais rápido crescimento no país.

O banco a rebatizou como UBS Brasil.

“Desde a integração com a Link, a receita com corretagem cresceu 20 por cento”, disse Sylvia. A compra foi assinada em abril de 2010 e concluída em janeiro de 2013 com aprovação do governo.

‘Mercados fracos’

O UBS, que tem 370 funcionários no Brasil e R$ 650 milhões em ativos, também está contratando para seu banco de investimentos, disse ela.

Marcos Grodetzky, ex-executivo da processadora de pagamentos Cielo e da fabricante Fibria Celulose, ingressou na empresa no mês passado como consultor sênior.

“Estamos planejando dobrar nossa receita do negócio de banco de investimento neste ano mesmo com a fraqueza dos mercados acionários”, disse Sylvia.

O volume de fusões e aquisições no Brasil aumentou 38 por cento neste ano até 1º de agosto em relação a um ano antes, para US$ 30,3 bilhões, segundo dados compilados pela Bloomberg.

O UBS esteve envolvido em US$ 6,5 bilhões em negócios no período e se classificou em nono lugar entre os assessores financeiros brasileiros, mostram os dados.

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